A luta vem se intensificando ainda mais com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que congela investimentos em educação, saúde e assistência social por 20 anos, incluindo salários dos servidores públicos.
“A educação não pode sofrer nenhuma mudança sem o diálogo com todos os setores envolvidos’, diz Camila Lanes, presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).
Por que, reforça ela, “como alguém pode imaginar uma educação plural e democrática sem aulas de filosofia, sociologia, artes e educação física? Isso não entra na cabeça dos estudantes”.
O movimento se espalha e há escolas ocupadas no Rio Grande do Sul, Espírito Santo, São Paulo, Distrito Federal, Goiás, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Alagoas, Pernambuco e Rio de Janeiro.
Ocupação no Instituto Federal de Alagoas
A primeira ocupação capixaba ocorreu na terça-feira (11). Os estudantes se mantêm no Instituto Federal do Espírito Santo – campus São Mateus por tempo indeterminado. A diretoria do Grêmio Estudantil Nilo Peçanha convoca uma Assembleia Geral dos Estudantes, que decidiu manter a ocupação.
Já ocorrem ocupações também em universidades nos estados da Bahia, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Além disso, os professores do Paraná decidiram iniciar uma greve na segunda-feira (17) contra a PEC 241 e contra projetos do governador Beto Richa (leia mais aqui).
Marilene Betros, dirigente da CTB, afirma que “os estudantes não estão sozinhos nessa luta. Estamos junto e não aceitaremos retrocessos”. De acordo com a sindicalista, “a máscara dos golpistas caiu de vez com essas propostas contra os interesses da nação e do povo”.
Manifestação em Venda Nova do Imigrante (ES)
Ela lembra que o projeto educacional dos golpistas, sintetizado na frase do deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP): “Quem não tem dinheiro não faz faculdade”. É nisso que “se resume a MP 746, a EC 241 e a Escola Sem Partido”, acentua Betros (lei mais aqui e aqui).
Assista a confissão pública dos projetos para a educação do governo golpista
“A bronca dos servidores públicos com o tucano tem a ver com revogação da lei 18.493, que suspende a reposição da inflação deste ano na data-base em janeiro de 2017. Esse dispositivo legal foi acordado entre eles, o Palácio Iguaçu e os deputados da base governista na Assembleia, em 2015, para pôr fim à greve de 45 dias. Agora, Richa roeu a corda e quer congelar os vencimentos do funcionalismo a exemplo de Michel Temer (PMDB)”,diz Esmael Morais em seu blog.
Ao lado dos estudantes, o Sindicato dos Professores do Paraná decretou greve por tempo indeterminado em assembleia realizada nesta quarta-feira (12), reivindicando a retirada das emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), propostas por Richa e o pagamento das dívidas com os docentes.
Professores da rede pública estadual do Paraná decretam greve na quarta-feira (12)
Educadores e educadoras de todo o país apoiam as ocupações dos
estudantes. “A CTB-ES Educação se posiciona contra o pacote de maldades
desse desgoverno Temer, PEC 241 e MP 746 que visa o desmonte da educação
e da saúde. Após a aprovação da PEC 241, os próximos passos serão as
reformas da Previdência e Trabalhista. Não aceitamos retrocessos”, diz
Josandra Rupf, diretora de Educação da Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras no Espírito Santo (CTB-ES).Protesto na avenida Paulista em São Paulo na terça-feira (11)
Lanes afirma que as ocupações promovidas pelos estudantes também são por tempo indeterminado e cada escola tem autonomia para decidir os rumos do seu movimento. Ela reitera que em todas as ocupações há necessidade de apoio da sociedade.
“Quem defende uma educação pública totalmente gratuita e de qualidade está convidado a nos apoiar nesse movimento em defesa de uma educação democrática, que respeite os estudantes, os pais e os profissionais da educação”, diz a líder estudantil.
Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy
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