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domingo, 16 de março de 2025
quarta-feira, 12 de março de 2025
O Rio de Janeiro de Claudio Castro: um governo que abandona as mulheres
No dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, não há absolutamente nada a ser comemorado no Rio de Janeiro sob a gestão de Claudio Castro. Seu governo é um verdadeiro desastre para as mulheres fluminenses, que acumulam perdas, violências e retrocessos em todas as áreas: trabalho, educação, saúde e segurança.
A gestão estadual não só ignora
as demandas das mulheres, como contribui ativamente para o aprofundamento das
desigualdades. Em um estado onde a crise econômica e social já é grave, Castro
se esforça para torná-la ainda pior, congelando o piso regional e sabotando
qualquer possibilidade de valorização do trabalho feminino.
Mulheres são as mais afetadas
pela política econômica cruel de Claudio Castro
O piso regional do Rio de Janeiro
está inexplicavelmente congelado desde 2019. Isso significa que milhares de
trabalhadoras, especialmente as mais pobres, enfrentam salários cada vez mais
defasados, enquanto o custo de vida sobe vertiginosamente. Quem sente na pele
esse ataque são, sobretudo, as trabalhadoras domésticas, comerciárias e da área
de serviços, setores majoritariamente femininos e precarizados.
O que o governador faz diante
disso? Absolutamente nada. Nenhuma medida concreta foi apresentada para
corrigir essa distorção absurda. Enquanto isso, as mulheres seguem recebendo
salários miseráveis, enfrentando jornadas exaustivas e vendo seus direitos
serem tratados com total descaso.
Educação sucateada e falta de
perspectiva para as mulheres
Na educação, a realidade não é
diferente. O governo estadual trata a rede pública com negligência e falta de
investimento, impactando diretamente as alunas e professoras. Sem valorização
salarial, muitas educadoras enfrentam condições de trabalho degradantes, e as
estudantes, principalmente as de baixa renda, convivem com escolas sem
estrutura, sem merenda de qualidade e sem acesso a materiais básicos.
Isso compromete o futuro de
milhares de meninas e mulheres jovens, que veem suas chances de qualificação
profissional reduzidas. Sem acesso à educação de qualidade, muitas acabam
presas em ciclos de pobreza e violência, um cenário que só se agrava com a
inércia criminosa do governo estadual.
O colapso da saúde e o impacto na
vida das mulheres
Se depender de Claudio Castro, a
saúde das mulheres fluminenses continuará em risco. Os serviços públicos seguem
sucateados, com falta de atendimento especializado e estruturas hospitalares
degradadas.
A negligência do governo estadual
afeta diretamente as gestantes, que enfrentam dificuldades no pré-natal, e as
mulheres que necessitam de atendimento ginecológico e obstétrico de qualidade.
Além disso, políticas voltadas à saúde mental feminina são praticamente inexistentes,
ignorando o impacto da sobrecarga, do desemprego e da violência na vida das
mulheres.
E o que dizer da saúde das
mulheres LGBTQIAPN+? Com um governo que faz vista grossa para as demandas da
comunidade, o acesso a hormonioterapia, atendimentos específicos e campanhas de
prevenção é quase nulo. A população trans e lésbica é sistematicamente excluída
das políticas públicas e condenada a enfrentar uma realidade de abandono e
preconceito institucionalizado.
A violência policial que mata
filhos e destrói mães
A cada operação policial no Rio
de Janeiro, uma mãe enterra um filho. A política de segurança do estado,
violenta e descontrolada, transforma favelas e periferias em zonas de guerra,
onde mulheres negras são as maiores vítimas do luto e do terror.
Os dados são inquestionáveis: o
Rio de Janeiro segue como um dos estados onde a polícia mais mata, e a grande
maioria das vítimas são jovens negros. Para as mães dessas vítimas, resta o
desespero e a ausência de qualquer suporte psicológico ou social. O governo
estadual, em vez de oferecer políticas de acolhimento e assistência, finge que
essas mulheres não existem.
Enquanto a violência do Estado
arranca seus filhos de seus braços, as mães das favelas são condenadas a viver
na miséria e no medo. Esse é o legado de Claudio Castro.
Mulheres negras e LGBTQIAPN+: as
maiores vítimas do abandono estadual
Se para as mulheres em geral a
situação já é desastrosa, para as mulheres negras e LGBTQIAPN+ é ainda pior.
São elas que estão nos piores empregos, nas piores condições de moradia e nos
piores índices de violência. O racismo institucional e a LGBTQIAPN+fobia do
governo se refletem na ausência de qualquer política pública voltada para essas
populações.
Enquanto governos progressistas
ao redor do mundo implementam medidas concretas para reduzir desigualdades de
gênero e raça, no Rio de Janeiro temos um governador que sequer reconhece essas
desigualdades como um problema. Pelo contrário: sua omissão alimenta o ciclo de
exclusão e violência.
Racismo ambiental e a tragédia
das enchentes
E como se não bastasse, as
mulheres foram as mais afetadas pelas enchentes que devastaram o estado nos
últimos anos. Quem perdeu tudo nas periferias, viu suas casas destruídas e
ficou sem assistência? Foram as mulheres negras e pobres, vítimas de um racismo
ambiental que ignora a existência das comunidades mais vulneráveis.
O governo Claudio Castro,
cúmplice dessa tragédia, não moveu um dedo para evitar que essas catástrofes se
repetissem. Não há investimento em infraestrutura, não há prevenção, não há
acolhimento. Apenas descaso e abandono.
Chega de omissão: é hora de lutar
Diante desse cenário de
destruição e abandono, não há mais espaço para discursos vazios e promessas
falsas. O Rio de Janeiro precisa de um governo que respeite e proteja suas
mulheres, que valorize o trabalho feminino, que combata a violência de gênero e
que construa políticas públicas voltadas para a igualdade.
No dia 8 de março, a data deve
ser um chamado para que todas as mulheres se organizem e denunciem essa
política criminosa que afeta suas vidas. O governo Claudio Castro precisa ser
responsabilizado por sua omissão e sua conivência com a desigualdade e a
violência.
Basta de um estado que condena
mulheres à miséria e ao luto. É hora de resistência, é hora de luta.
Fonte: Portal da CTB-RJ
Link: https://ctbrj.org.br/o-rio-de-janeiro-de-claudio-castro-um-governo-que-abandona-as-mulheres/
Publicado por: José MedeirosCategorias:
Notícias CTB-RJ
sexta-feira, 7 de março de 2025
NOTA EM DEFESA DA SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO
Qual a importância de manter o ensino da
Sociologia no Ensino Médio?
Em
um projeto de educação emancipatória, o ensino da Sociologia cumpre papel
fundamental na formação de sujeitos com consciência crítica, capazes de
compreender a realidade e os fatores que promovem a dinâmica social, concorrendo, portanto, para o desenvolvimento
e exercício pleno da cidadania.
Ao
longo dos séculos, a Sociologia teve idas e vindas no currículo escolar, desde
que foi incluída no “curso secundário”, no final do século XIX, ainda no
período do Império, pelo então deputado Rui Barbosa. Assim como na sua própria
origem, a Sociologia foi apresentada, em períodos diversos, como disciplina
científica importante para a compreensão e promoção de transformações sociais
inovadoras e progressistas. Assim foi no período de transição da Monarquia para
a República, por exemplo. Do mesmo modo, a ausência e desvalorização da
disciplina, esteve sempre relacionada a contextos políticos reacionários,
movidos por forças conservadoras, como no período da ditadura militar.
É
de se compreender e esperar que governos progressistas, que prezam por uma
educação de qualidade como fator de inclusão e transformação social,
consequentemente valorizem e invistam na Sociologia na preparação de sujeitos
políticos, novos cidadãos capazes de refletir e atuar em contextos sociais
também renovados.
É
desse modo que a luta pelo retorno da disciplina Sociologia ocorreu dentro do
contexto de redemocratização da sociedade brasileira, a partir dos anos 1980.
As associações profissionais, os sindicatos de sociólogos e, mais tarde, a FNS
– Federação Nacional dos Sociólogos - tiveram papel fundamental nessa luta.
A
luta por uma educação pública, gratuita, laica e de qualidade social passa a
ser um dos pontos centrais nas lutas democráticas. Dentro dela, a volta do
ensino da Sociologia no Ensino Médio passa a ser uma das importantes bandeiras
na luta por uma educação formadora de cidadãos críticos.
No
decorrer da luta, um número significativo de unidades da federação incluiu a
disciplina de Sociologia no currículo escolar, formalmente, através de leis e
até nas constituições estaduais.
Nos
anos 1990, tramitou na Câmara Federal, o projeto de Lei 3.178/1997, levado
adiante pelo deputado Padre
Roque Zimmerman (PT/PR), que propunha a Filosofia e a Sociologia como
disciplinas obrigatórias no Ensino Médio. Mas, para a perplexidade dos/as
educadores/as e da sociedade organizada, o projeto foi vetado na íntegra pelo
presidente da República, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso.
Somente
em 2006, durante o primeiro mandato do Presidente Lula, o Ministro da Educação,
Fernando Haddad, homologou o parecer 38/2006 do CNE – Conselho Nacional de
Educação – tornando a Sociologia disciplina obrigatória no Ensino Médio. Menos
de dois anos depois, em 2 de junho de 2008, o presidente da República em
exercício, José Alencar Gomes da Silva, assinou a Lei 11.684, tornando a
disciplina de Sociologia obrigatória na Educação Básica, nos três anos do
Ensino Médio das escolas públicas e privadas do Brasil.
Em
2017, depois do golpe parlamentar-jurídico-midiático contra a presidenta Dilma,
a disciplina de Sociologia voltou a sofrer novo ataque, uma vez que a Lei
13.415/2017, do governo Temer, que reforma o Ensino Médio, retirou a
obrigatoriedade desta disciplina.
No
ano de 2022, as forças democráticas e progressistas da sociedade brasileira se
reorganizaram e elegeram Luís Inácio Lula da Silva para o seu terceiro mandato.
Em 31 de julho, o presidente Lula sancionou a Lei nº 14.945/2024, que
estabelece a Política Nacional de Ensino Médio. A lei, que passou a valer em
2025, altera a Lei nº 9.394/1996, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, e
revoga parcialmente a Lei nº 13.415/2017, que dispõe sobre a reforma do ensino
médio, o chamado NEM.
“A
retomada da carga horária da formação geral básica para 2.400 horas era uma demanda
crucial dos professores e dos alunos, permitindo o retorno de disciplinas como
história, biologia, sociologia e educação física. Isso garantirá uma formação
mais completa para os alunos do ensino médio brasileiro.” (Camilo Santana,
ministro da Educação)
A
Lei 14.945/2024 abre caminho para o retorno da Sociologia no Ensino Médio, uma
disciplina fundamental para o entendimento das relações humanas e para a
educação emancipatória dos nossos estudantes.
Assim, a FNS-B (Federação Nacional dos
Sociólogos – Brasil) espera que os Governos que se alinham às forças
progressistas da sociedade brasileira, principalmente nos Estados de tradição
democrática e de luta pela emancipação social, assumam orientações
político-pedagógicas para as suas matrizes curriculares, que estabeleçam a
Sociologia como um componente curricular essencial dessa matriz, de modo que
essa disciplina venha compor os três anos no Ensino Médio com, no mínimo, 2
tempos de aula semanais.
Sem
mais, desejamos aos governos, grande sucesso, mantendo a expectativa de
construção de uma sociedade amplamente democratizada, portanto, sempre mais
justa e inclusiva, construída com a participação cidadã.
Saudações
Democráticas,
FNS-B – Federação Nacional dos Sociólogos –
Brasil.
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025
Nota Oficial: Democracia Sempre, Ditadura Nunca Mais! Nenhuma Anistia aos Golpistas!
A Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB-RJ-RJ), representante legítima do sindicalismo classista e defensora dos interesses da classe trabalhadora, reafirma, neste 8 de janeiro, seu compromisso inabalável com a defesa do Brasil, seu povo e o fortalecimento da democracia. Esses princípios norteiam o nosso plano de lutas e fundamentam nosso profundo repúdio à tentativa de golpe de Estado perpetrada há dois anos, em 2023, sob a liderança criminosa do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus cúmplices.
A complexa trama golpista
mobilizou uma rede estruturada de apoiadores: centenas de ônibus transportaram
extremistas de diversos estados, agentes de segurança e militares facilitaram a
invasão das sedes dos Três Poderes, e a nação testemunhou a destruição de
patrimônio cultural, artístico e histórico, que gerou danos incalculáveis à
memória nacional. A irresponsabilidade e o desrespeito às instituições
democráticas causaram prejuízos que exigem reparação firme e imediata.
A CTB-RJ destaca a importância do
respeito ao resultado das urnas como pilar fundamental da democracia. O
fracasso vergonhoso dos golpistas no intento de subverter a vontade popular não
atenua os crimes cometidos. Milhares de criminosos foram vistos, em cadeia
nacional, cometendo atos de vandalismo, mas muitos outros permanecem ocultos:
mentores intelectuais, financiadores, facilitadores e operadores que precisam
ser identificados e responsabilizados.
Ressaltamos o papel firme da
Polícia Federal e do Poder Judiciário, que têm conduzido investigações
complexas com determinação. No entanto, a urgência do tema exige maior
celeridade para que se alcance justiça plena. A prisão histórica de um general
de quatro estrelas é um passo importante, mas insuficiente. A CTB-RJ continuará
vigilante para assegurar que nenhum criminoso fique impune. Jair Bolsonaro e
outros conspiradores de alto escalão devem ser julgados e encarcerados, pois,
para os verdadeiros democratas, bandido bom é bandido condenado e cumprindo sua
pena sob o rigor da lei.
Manifestamos nosso mais veemente
repúdio a qualquer tentativa de anistia que beneficie golpistas, militares, ou
empresários que atentaram contra a democracia, planejaram assassinatos e agiram
para destruir as instituições republicanas. A democracia é inegociável, e a
Constituição deve ser implacável em seu rigor. Que todos os criminosos sirvam
de exemplo: a vontade soberana do povo jamais será submetida.
Para que não se esqueça. Para que
nunca mais aconteça.
Democracia Sempre, Golpista na
Cadeia!
Fonte: Portal CTB-RJ
Publicado por José Roberto
Medeiros
domingo, 2 de fevereiro de 2025
CTB-RJ participa de Ato em Defesa da Democracia e Contra a Impunidade de Golpistas
No último sábado (11), a Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras – Rio de Janeiro (CTB-RJ), a segunda maior central sindical do Brasil, mobilizou suas bases e participou do ato realizado em frente ao 1º Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro. O evento clamou pelo tombamento do local pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) para a instalação de um centro de memória e resistência contra os regimes de exceção.
O ato homenageou Rubens Paiva e outras 52 vítimas fatais ou
desaparecidas sob a ação do Destacamento de Operações de Informação – Centro de
Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), que funcionou nesse quartel durante a
ditadura militar. Organizações como a Associação Brasileira de Imprensa (ABI),
o Grupo Tortura Nunca Mais RJ e a ONG Rio de Paz, com apoio da Justiça Global e
da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia Núcleo-RJ, também
estiveram presentes.
Cadeia Para Todos os
Golpistas: Um Clamor Inadiável
A CTB-RJ reforçou, com firmeza, a defesa inegociável da
democracia e a necessidade urgente de punição exemplar para todos os envolvidos
nos atentados golpistas contra o Estado Democrático de Direito. Empresários
cúmplices, membros das Forças Armadas coniventes e líderes políticos, incluindo
o ex-presidente Jair Bolsonaro, não podem ser beneficiados por qualquer tipo de
anistia. A democracia brasileira não sobreviverá a novos ciclos de impunidade.
“O tombamento do DOI-Codi é falar sobre direitos humanos e
sobre o militarismo autoritário que ainda permeia o cotidiano brasileiro”,
destacou Rafael Maul de Carvalho Costa, diretor do Grupo Tortura Nunca Mais RJ.
“Fortalecer a memória é fortalecer a democracia sem compromissos com a
violência de Estado.”
Democracia com
Justiça e Memória
A história e o sofrimento dos sobreviventes do DOI-Codi
foram resgatados em depoimentos poderosos. Álvaro Caldas, jornalista, professor
e ex-preso político, compartilhou suas experiências: “Fui preso em fevereiro de
1970 e torturado por três meses neste local. Voltar aqui como membro da
Comissão da Verdade foi revisitar um passado doloroso. Sou grato por ter
sobrevivido.”
De acordo com a Comissão Nacional da Verdade, 53 presos
políticos foram mortos no DOI-Codi do Rio, dos quais 33 continuam desaparecidos.
Nacionalmente, 19 locais diferentes foram usados para repressão, tortura e
assassinato. A CTB-RJ e outras entidades comprometidas com a justiça histórica
exigem que todos os agentes da ditadura, assim como os atuais conspiradores
golpistas, enfrentem as consequências legais de seus crimes.
Fonte: Portal CTB-RJ
www.ctbrj.org.br