Nós, sociólogos e sociólogas do Rio de Janeiro, na figura da direção do SINDSERJ, vimos, por meio desta, trazer nosso sentimento de indignação pelo tempo decorrido até a provável elucidação e prisão dos acusados de serem os mandantes do assassinato bárbaro, cruel e covarde da mulher negra, socióloga, mãe, militante dos direitos humanos, e vereadora, Marielle Franco, e de seu motorista, Anderson Gomes, pai e trabalhador.
As condições para a elucidação do assassinato e sua quase não resolução são reflexos diretos de campos políticos de poder no Rio de Janeiro, e de quadros que ganham cada vez mais força política e representatividade eleitoral, atuando notadamente pelo uso da violência, do medo e do controle territorial, em áreas na cidade e com tentáculos por todo o Estado.
Esses espectros atuam paralelamente e por dentro do Estado, em várias esferas de poder, agindo sob o manto da impunidade e do império do terror. A ingerência política desses grupos, cujos braços inclusive, alcançam os aparelhos de Estado e de governo, atinge as polícias, a justiça e membros de partidos do espectro político, especialmente da direita e da extrema-direita, que aliançados em um projeto político de poder e de controle de áreas e territórios, verdadeiros currais eleitorais, com promiscuidade paraestatal, fizeram que a elucidação do assassinato levasse mais de seis anos para ser concretizada.
Essa atuação política expressa no assassinato da socióloga Marielle Franco é um exemplo concreto de como agem aqueles que são algozes não só de uma ideia e ideais, que ela representava, mas são, sim, a materialização do ódio, da intolerância e da barbárie nazifascistas na vida política brasileira e é um pouco a morte de todos nós, defensores da Democracia e dos Direitos Humanos.
Esse ciclo só foi rompido pela atuação direta do governo Lula e a participação efetiva e autônoma do Ministério da Justiça, da Polícia Federal, do Ministério Público do Rio de Janeiro e do Supremo Tribunal Federal, na figura de seus ministros e corpo técnico.
Por isso, mais do que nunca, mantemos viva a luta por Marielle e Anderson!
Que sua trajetória e história não sejam esquecidas e que os mandantes e assassinos dela e de seu motorista sejam julgados e condenados com o rigor da lei e da justiça.
Em alto e bom som, brademos: Marielle Franco e Anderson Gomes, Presentes!!!
Diretoria do Sindicato dos Sociólogos e Sociólogas do Estado do Rio de Janeiro. (SINDSERJ)
Antônio Cláudio Menezes
Presidente do Sindserj.
Relatório final da Polícia Federal
INQUÉRITO POLICIAL 2023.0059871-SR/PF/RJ – Inq n.º 4954/DF
UNIDADE POLICIAL FTCCO/DRPJ/SR/PF/RJ.
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24mar2024.pdf
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