sábado, 22 de dezembro de 2012

Audiência Pública na Câmara Federal debate criação de Conselho de Ciências Sociais

Sociólogos divergem sobre criação de Conselho Federal de Ciências Sociais

Comissão de Trabalho debateu a criação de conselho para sociólogos, antropólogos e cientistas políticos.

Sociólogos divergiram, nesta terça-feira, sobre a criação de Conselho Federal de Ciências Sociais. Enquanto a Federação Nacional dos Sociólogos defende um órgão único para acompanhar o exercício profissional de sociólogos, antropólogos e cientistas políticos, alguns sindicatos discordaram da necessidade de um conselho interdisciplinar. O tema foi discutido em audiência pública na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

Para o presidente da federação dos sociólogos, Ricardo Antunes, a luta por um conselho voltado às Ciências Sociais tem mais força política do que um eventual encaminhamento por categoria. Antunes argumenta que a criação de um órgão único poderia auxiliar, inclusive, a regulamentação das profissões de antropólogo e cientista político. Hoje apenas os sociólogos têm o exercício profissional regulamentado e, mesmo assim, enfrentam problemas, segundo Antunes.

"Com a criação do nosso conselho, a gente quer a garantia e ampliação do nosso mercado de trabalho”, disse Ricardo Antunes. “Existe muito trabalho hoje de pesquisa e diagnóstico que está sendo feito por outros profissionais, que não têm a competência, que não estudaram as disciplinas que orientam nosso curso e que nos permitem coletar dados, analisar informação, criar indicadores sociais."

Identidade profissional
Mas o presidente do Sindicato dos Sociólogos do Estado do Rio de Janeiro, Nilton de Souza Neto, discorda. Ele avalia que a criação de um Conselho Federal de Ciências Sociais diluiria a identidade profissional de cada categoria.

"A área de Ciências Sociais é uma área temática do conhecimento dentro da universidade. Não está identificada como profissão”, argumenta Nilton de Souza Neto. Segundo ele, na atualidade, “a Sociologia está se consolidando como profissão no meio privado e estatal e não meramente universitário”.

Ele ressalta que, nesse momento de consolidação, “que seria uma oportunidade de discutir uma proposta de criação de seu próprio conselho, vem uma proposta sem base de discussão ampliada, em que se pode prejudicar e diluir a identidade da Sociologia para uma abstração chamada Ciências Sociais, que nem a Antropologia e, acredito, tampouco a Ciência Política se veem representadas nessa proposta."

As associações brasileiras de Ciências Políticas e de Antropologia foram convidadas para o debate, mas não mandaram representantes.

Construção de consenso
O presidente da Comissão de Trabalho, deputado Sebastião Bala Rocha (PDT-AP), informou que o colegiado tentará ajudar na construção de um consenso entre sociólogos, antropólogos e cientistas políticos. Ele avalia que a criação de conselhos não apenas fortalece as profissões como traz benefícios à sociedade, ao fiscalizar e cobrar o correto exercício profissional.

"Tanto a regulamentação das profissões quanto a criação do conselho são fundamentais, porque o conselho, embora seja um órgão mais normativo, fiscalizador, ele dá as diretrizes e faz a defesa da categoria também”, disse Bala Rocha. “O cidadão fica protegido quando você tem um conselho forte e atuante."

Interdisciplinaridade
A criação de um conselho profissional multidisciplinar para as Ciências Sociais conta com o apoio do também sociólogo Luiz Curi, representante do Conselho Nacional de Educação no debate. Curi avaliou que a flexibilidade e interdisciplinaridade hoje presentes na grade curricular de cursos de Antropologia, Sociologia e Ciência Política devem se refletir no exercício profissional.

"Isso não significa perda de identidade, porque essa é a nossa identidade”, afirmou Curi. “A especificidade das Ciências Sociais é, inclusive, o de ensinar às outras áreas a interdicisplinaridade."

Projeto de lei
A criação de conselhos profissionais deve ser feita por projeto de lei encaminhado ao Congresso pelo Executivo. Ainda não há proposta nesse sentido. A Federação Nacional dos Sociólogos faz um abaixo-assinado virtual para encaminhar ao governo a reivindicação.

Publicação: 18/12/2012 19:05 Atualização: 18/12/2012 19:19
Jornalista: Sérgio Almeida
Foto: Alexandra Martins
FONTE: Agência Câmara e Correio Brasiliense 18.12.2012

Mais sobre a Audiência Pública que debateu a criação do Conselho Federal de Ciências Sociais

vídeo completono endereço: <http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/ctasp/videoArquivo?codSessao=43138&codReuniao=30863>

áudios:<HYPERLINK "http://imagem.camara.leg.br/internet/audio/Resultado.asp?txtCodigo=43138%3E"http://imagem.camara.leg.br/internet/audio/Resultado.asp?txtCodigo=43138>,

outras informações disponíveis em: <HYPERLINK "http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/ctasp%3E"http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/ctasp>,

áudio completo da audiência realizado pela Rádio da Câmara dos Deputados por Raquel Macedo: <http://imagem.camara.gov.br/internet/audio/Resultado.asp?txtCodigo=43138>


http://www.youtube.com/watch?v=6-OdUn_DZdY&feature=youtu.be

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

EDITAL DE CONVOCAÇÃO


SINDICATO DOS SOCIÓLOGOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA 

O SINDSERJ – SINDICATO DOS SOCIÓLOGOS DO ESTDAO DO RIO DE JANEIRO, inscrito no CNPJ, sob o número 10.869.290/0001-68, convoca todos os associados desta entidade sindical, para a Assembleia Geral Extraordinária a ser realizada na Rua Miguel Couto, 134, sala 705, Centro, Cidade do Rio de Janeiro, estado do Rio de Janeiro, em 28 de novembro de 2012, quarta-feira, às 13 horas, em primeira convocação, com a presença absoluta dos associados em condições de voto, e às 14 horas, em segunda convocação, com qualquer número de associados presentes, para deliberarem sobre a seguinte ordem do dia:

1 – convocação das eleições para a renovação da Diretoria do SINDSERJ;

2 – eleição da Comissão Eleitoral para gerir as eleições sindicais;

3 – aprovação das contas da entidade;

4 – outros assuntos.
 

Rio de Janeiro, 7 de novembro de 2012.
 
Nilton Soares de Souza Neto

Presidente do SINDSERJ

Audiência Pública na Comissão de Educação da ALERJ

Desde a publicação pela SEEDUC, em 01 de dezembro de 2011, vimos nos manifestando e solicitando ao presidente da Comissão de Educação da ALERJ uma Audiência Pública para discutir e revogar a decisão da SEEDUC acima, que reduziu a carga horária da disciplina de Sociologia e Filosofia no Ensino Médio.
Na Audiência, presidida pelo Deputado Comte Bittencourt e pelo Deputado Marcelo Freixo, o subsecretário da SEEDUC se comprometeu em compor uma comissão com representantes das entidades, para revogação da redução e a possibilidade de ampliação da carga horária oferecida nas disciplinas de Sociologia e Filosofia.
Agradecemos ao presidente e aos deputados da Comissão de Educação, representantes da sociedade civil, da SEEDUC, dos professores e alunos terem comparecido na audiência. A presença massiva dos participantes e os pronunciamentos das entidades foi fundamental para que a SEEDUC possa rever a decisão e estudar a ampliação da carga horária das disciplinas de Sociologia e Filosofia.
Manteremos todos informados dos futuros desdobramentos das solicitações feitas na Audiência Pública.

NA AUDIÊNCIA DO DIA 14//11, NA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, PRONUNCIARAM-SE OS SEGUINTES REPRESENTANTES DE ENTIDADES, INSTITUIÇÕES E AUTORIDADES:

NILTON SOARES DE SOUZA NETO - SINDSERJ;
MÁRCIO FRANCO XAVIER VIEIRA - SINDSERJ;
VALDECI BORGES - REGIONAL 5 -SEPE;
RAPHAEL CORREA -COLÉGIO PEDRO II;
JULIA POLESSA -UFRJ;
MARCELO BURGOS -PUC/RJ;
BÁRBARA MELO -AMES;
MARCELO MOTA -UPPES;
ELINETE AQUINO -APSERJ;
SONIA CARVALHO -ABECS;
BIA LUGÃO -COORDENADORA DO SEPE CENTRAL;
ANTONIO NETO -SUBSECRETÁRIO DA SEEDUC;
DEP. MARCELO FREIXO;
DEP. PAULO RAMOS;
DEP. COMTE BITTENCOURT - PRESIDENTE DA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DA ALERJ.

 
ESTIVERAM PRESENTES PELO MENOS MAIS 38 PARTICIPANTES QUE ASSINARAM A LISTA DO SINDSERJ.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

PROFESSORES DE SOCIOLOGIA E FILOSOFIA

Audiência Pública da Comissão de Educação
ALERJ
14 - 11 – 2012
10 horas

O SINDSERJ convida todos os PROFESSORES de SOCIOLOGIA e FILOSOFIA do Ensino Médio para participarem da discussão e mobilização contra a redução da carga horária destas disciplinas pela SEEDUC, publicada em 01 de dezembro de 2011.
As entidades representativas dos professores e profissionais da educação também estão convidadas.
Endereço: Palácio Tiradentes, Rua Primeiro de Março, s/n., sala 313, Centro, RJ.

Contatos com o SINDSERJ:
Rua Miguel Couto, 135, sala 705, Centro, Rio de Janeiro, tel. 3126-7586.

Na internet:
sindserj.blogspot.com.br/
sindserj.org.br/
www.facebook.com/sindserj.sociologos

Sindicato dos Sociólogos do Estado do Rio de Janeiro





quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Professor é agredido dentro de sala de aula!

NOTA PÚBLICA DE REPÚDIO SEPE REGIONAL 2 ( Madureira e Adjacências)

Agressão a professor dentro de sala de aula mostra descaso do Governo Sérgio Cabral com a Educação

A Direção da Regional 2 do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (SEPE) vem rotineiramente denunciando a falta de profissionais de educação, professores, funcionários administrativos e auxiliares nas redes públicas do Município e do Estado do Rio de Janeiro. Os gestores rebatem as denúncias, afirmando se tratar de excesso de sindicalistas interessados apenas em tumultuar a ordem pública. Pois aí está mais um resultado do descaso e da falta de seriedade com a coisa pública e com vidas humanas: Professor é agredido dentro de sala de aula!

A REGIONAL 2 torna público sua total solidariedade aos profissionais da educação do CIEP 379 Raul Seixas e, em especial, ao professor Ramon, quanto ao episódio ocorrido em sala de aula, no último dia 24 de setembro. Historicamente, o SEPE repudia qualquer ato de violência nas escolas. Chamamos a atenção, no entanto, para a grave crise na Rede Estadual de Educação do Rio de Janeiro, que sofre com a falta de investimentos, condições de trabalho e saúde e a valorização profissional.
Incidentes como este ocorrido no CIEP 379 Raul Seixas vem se repetindo de várias formas nos últimos anos. O nível de estresse dos profissionais que trabalham nas escolas estaduais chegou a um ponto nunca visto dentro de nossa categoria. O professor, no seu dia-a-dia de trabalho, convive com turmas superlotadas; sofre com a falta de uma política pedagógica coerente por parte da SEEDUC, mudada a cada ano, sem uma discussão aprofundada que envolva a comunidade escolar. Sem falar que contribui também para a crise da educação estadual a falta crônica de estrutura das escolas e a terceirização dos serviços.

Professor e funcionário na escola são responsabilidade do poder público, e sua segurança também. Como então um grupo de pessoas entra em uma escola, no caso do CIEP Raul Seixas, e não encontra nenhuma barreira de proteção. Onde estão os inspetores, porteiros, coordenadores de turnos, administrativos que deveriam fazer esta triagem? Se não estavam ali, deveriam estar!!!

Em todo este tempo, que já é longo, toda a vez que a REGIONAL 2 do SEPE denunciou a violência nas escolas, o poder público sempre apresentou a justificativa social.

Diante desta tragédia sem precedentes, para nós, tanto o Secretário de Educação Wilson Risolia, quanto o governador Sérgio Cabral devem ser chamados à responsabilidade. Todos são culpados nesta quase tragédia anunciada que choca a opinião pública mais uma vez, a imagem a educação no Rio de Janeiro.

O Governador e o secretário de educação, os responsáveis pela segurança pública, os políticos de um modo geral, todos são culpados por esta situação. Fazem ouvidos moucos aos gritos de professores, funcionários, sindicalistas e especialistas em educação e viram as costas aos inocentes.

E agora, o que eles dirão à nossa sociedade?

O SEPE, que completou 35 anos de lutas neste ano, reafirma seus princípios em defesa da escola pública democrática, laica, universal e com qualidade social.

Rio de Janeiro, 03 de outubro de 2012.

Direção do SEPE REGIONAL 2
Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro.

Regional 2 ( Madureira e Adjacências)

Endereço: Tv. Almerinda Freitas nº 36, 2º andar, sala 202 – Madureira – RJ.Tel: (21)3359-5059

Email: seperegional2@gmail.com - blog:http://seperioregional2.blogspot.com



terça-feira, 2 de outubro de 2012

Lembrança e legado de Eric Hobsbawn

Historiador com poder de síntese incomparável. Um marxista crítico e inquieto, sem deixar jamais de acreditar na transformação social
Por Martin Kettle e Dorothy Wedderburn, no The Guardian | Tradução: Daniela Frabasile e Hugo Albuquerque

Se Eric Hobsbawm tivesse morrido há 25 anos atrás, os obituários o descreveriam como o historiador marxista britânico mais notável e acabariam mais ou menos aí. Mas ao morrer agora, aos 95 anos, ele atingiu uma posição única na vida intelectual de seu país. Nos últimos anos, tornou-se o historiador britânico mais respeitado de qualquer tipo, reconhecido (se não aprovado) tanto pela esquerda quanto pela direita, e um dos poucos historiadores de qualquer era a desfrutar reconhecimento nacional e internacional genuíno.

Diferente de outros, Hobsbawm atingiu tal status sem voltar-se contra o marxismo ou Marx. Em seu 94º ano, ele publicou How to change the world [leia resenha em Outras Palavras], uma forte defesa da relevância contínua de Marx na sequência do colapso dos bancos de 2008-2010. Além disso, atingiu o auge de sua reputação em um momento em que as ideias e projetos socialistas, que tanto estimularam sua escrita por mais de meio século, estavam em desarranjo histórico – algo de que ele esteve muito consciente.

Em uma profissão conhecida por preocupações microscópicas, poucos historiadores envolveram-se num campo tão vasto, com tantos detalhes ou com tanta autoridade. Até o fim, Hobsbawm considerava-se essencialmente um historiador do século 19, mas seu entendimento desse e de outros séculos era amplo e cosmopolita.

O alcance de seu interesse pelo passado, e seu excepcional domínio dos temas pelos quais se embrenhava sempre espantaram a muitos, principalmente na série de quatro volumes A era das… na qual se destila a história do mundo capitalista de 1789 a 1991. "A capacidade de Hobsbawm de armazenar e recuperar detalhes atingiu agora a escala normalmente alcançada apenas por grandes arquivos com grandes equipes", escreveu Neal Ascherson. Tanto por seu conhecimento de detalhes históricos quanto por seu extraordinário poder de síntese, tão bem colocados no projeto dos quatro volumes, ele foi incomparável.

Hobsbawm nasceu em Alexandria, um bom lugar para um historiador do império, em 1917, um bom ano para um comunista. Ele faz parte da segunda geração britânica de sua família, neto de um judeu polonês e marceneiro que foi para Londres nos anos 1870. Oito filhos, incluindo Leopold, pai de Eric, nasceram na Inglaterra e todos ganharam cidadania britânica quando nasceram (o tio de Hobsbawm, Harry, tornou-se o primeiro prefeito eleito pelo Partido Trabalhista em Paddington).

Mas Eric era um britânico com um background pouco comum. Outro tio, Sidney, foi para o Egito antes da Primeira Guerra Mundial e encontrou um emprego para Leopold numa agência de despachos marítimos. Lá, em 1914, Leopold Hobsbawm conheceu Nelly Gruen, uma jovem vienense de uma família de classe média, que tinha ganho uma viagem ao Egito como prêmio por ter terminado seus estudos. Os dois ficaram noivos, mas a eclosão da I Guerra Mundial os separou. O casal acabaria se casando na Suíça em 1916, voltando ao Egito para o nascimento de seu primeiro filho, Eric.

"Todo historiador tem sua história de vida, um ponto de vista privado para examinar o mundo", ele disse em 1993, em uma palestra em Creighton, numa das várias ocasiões nos seus últimos anos em que tentou relacionar sua história de vida com sua escrita. "Meu ponto de vista foi construído a partir de uma infância em Viena nos anos de 1920, os anos em que Hitler ganhou força em Berlim, que determinaram minha visão política e meu interesse pela história; e na Inglaterra, especialmente em Cambridge nos anos 1930, quando confirmei as duas escolhas".

Em 1919, a jovem família assentou-se em Viena, onde Eric frequentou a escola primária, período que ele mais tarde relembrou em 1995, em um documentário na televisão que mostrava fotos de um jovem Hobsbawm magro, usando shorts e meias até os joelhos. A política teve seu impacto mais ou menos nessa época. A primeira memória política de Eric é de Viena, em 1927, quando trabalhadores queimaram o Palácio da Justiça. A primeira conversa política de que ele se lembrava aconteceu em um sanatório, por volta desse ano. Duas mulheres judias estavam discutindo Leon Trotsky. "Diga o que você quiser", uma disse a outra, "mas ele é um jovem judeu chamado Bronstein".

Em 1929, seu pai morreu de um ataque cardíaco. Dois anos depois, sua mãe morreu de tuberculose. Eric tinha 14 anos, e seu tio Sidney assumiu a responsabilidade, e levou Eric e sua irmã Nancy para Berlim. Como um adolescente em Berlim na República Weimar, Eric inevitavelmente se politizou. Ele leu Marx pela primeira vez, e se tornou um comunista.

Ele sempre se lembrou do dia, em janeiro de 1933, quando, ao sair da estação Halensee S-Bahn voltando da escola para casa, viu uma manchete em um jornal anunciando que Hitler havia sido eleito chanceler. Por volta dessa época, juntou-se ao Socialist Schoolboys, que descreveu como "de fato parte do movimento comunista" e vendeu a publicação Schulkampf ("Luta Estudantil"). Ele manteve o mimeógrafo da organização sob sua cama e, dada sua facilidade posterior em escrever, provavelmente também redigiu também a maioria dos artigos. A família permaneceu em Berlim até 1933, quando Sidney Hobsbawm foi enviado para a Inglaterra por seus empregadores.

O garoto adolescente que foi morar com sua irmã em Edgware, em 1934, descreveu a si mesmo posteriormente como "completamente europeu e germanófono". A escola, porém, "não era um problema" pois o sistema educacional inglês estava "muito atrás" do alemão. Um primo em Balham apresentou-o ao jazz pela primeira vez – o "som irrespondível", ele chamava. O grande momento da conversa, ele escreveria uns 60 anos depois, foi quando ouviu pela primeira vez a banda Duque Ellington "em sua forma mais imperialista". Atuou durante uma parte dos anos 1950 como crítico de jazz do New Statesman, e publicou uma edição especial, The Jazz Scene, sobre o assunto, em 1959, sob o pseudônimo de Francis Newton (muitos anos mais tarde, a obra foi relançada com Hobsbawm identificado como o autor).

Ao aprender a falar inglês corretamente, Eric tornou-se aluno na escola de gramática Marybone e ganhou, em 1936, uma bolsa de estudos para a King’s College, em Cambridge. Foi nessa época que uma frase ficou comum, entre seus amigos comunistas de Cambridge: "tem alguma coisa que o Hobsbawm não sabe?". Ele tornou-se membro da legendária Cambridge Apostles. "Todos nós pensamos que a crise de 1930 era a crise final do capitalismo", ele escreveu 40 anos depois. Mas, acrescentou, "não era".

Quando a II Guerra Mundial teve início, Hobsbawm voluntariou-se, como muitos comunistas, para trabalho de inteligência. Mas suas ideias políticas, que nunca foram segredo, levaram à rejeição. Então ele tornou-se um escavador improvável na 560ª Companhia de Campo, que posteriormente descreveu como "uma unidade muito operária, tentando construir defesas notoriamente inadequadas contra invasões no litoral de East Anglia". Essa também foi uma experiência formativa para o jovem prodígio intelectual, muitas vezes ausente. "Havia algo sublime sobre eles e a Inglaterra naquele tempo", escreveu. "Aquela experiência na guerra converteu-me em um operário inglês. Eles não eram muito inteligentes, exceto os escoceses e galeses, mas eles eram pessoas muito, muito boas".

Hobsbawm casou-se com sua primeira esposa, Muriel Seaman, em 1943. Depois da guerra, de volta a Cambridge, tomou outra decisão: abandonou um doutorado planejado sobre a reforma agrária no norte da África para fazer uma pesquisa sobre os socialistas fabianos. Foi uma escolha que abriu a porta tanto para uma vida de estudos sobre o século 19 quanto para uma preocupação igualmente duradora sobre os problemas da esquerda. Em 1947, ele conseguiu seu primeiro trabalho permanente, como professor conferencista de história no Birkbeck College, em Londres, onde permaneceu grande parte da sua vida como professor.

Com o início da Guerra Fria, um macartismo acadêmico muito britânico fez com que a cátedra de Cambridge, que Hobsbawm sempre cobiçou, nunca se materializasse. Ele viajava de Cambridge para Londres, como um dos principais organizadores e animadores do Grupo de Historiadores do Partido Comunista, uma academia brilhante e radical que reuniu alguns dos mais proeminentes historiadores do pós-guerra. Entre seus membros, estavam Christopher Hill, Rodney Hilton, AL Morton, EP Thompson, John Saville e, mais tarde, Raphael Samuel. O que quer que o grupo tenha alcançado (e Hobsbawm escreveu uma dissertação sobre ele em 1978), a experiência certamente estabeleceu um núcleo para seus primeiros passos como grande escritor de História.

O primeiro livro de Hobsbawm, "Labour’s Turning Point" (1948) – uma coleção editada de documentos da era do socialismo Fabiano – pertence claramente à época de militância no Partido Comunista, assim como o seu engajamento no debate famoso sobre as consequências econômicas do início da Revolução Industrial, um tema sobre o qual ele e RM Hartwell teceram argumentos em sucessivos números da Economic History Review. A fundação do jornal Past and Present também pertence ao mesmo período. É até hoje o mais duradouro periódico do grupo de historiadores do PC britânico.

Hobsbawm nunca deixou o Partido Comunista e sempre pensou em si mesmo como parte de um movimento internacional comunista. Para muitos, este continua a ser o obstáculo insuperável para abraçar sua obra. Contudo, ele sempre manteve-se muito mais como um livre-pensador autorizado a permanecer dentro das fileiras do partido. Sobre a invasão da Hungria pela União Soviética, em 1956, um evento que dividiu o PC e provocou a saída de muitos intelectuais do partido, ele foi uma voz de protesto que, no entanto, permaneceu.

Todavia, a exemplo de seu contemporâneo Christopher Hill, que deixou o PC naquele momento, a combinação, de alguma forma, do trauma político de 1956 e o início de um longo e feliz segundo casamento, provocou um período sustentado e frutífero de produção no campo da História, o que veio a estabelecer sua fama e reputação. Em 1959, ele publicou sua primeira grande obra, "Primitive Rebels", um relato notavelmente original, especialmente para aqueles tempos, das sociedades secretas e das culturas milenares do Sul da Europa (ele ainda estava escrevendo sobre o assunto recentemente, em 2011). Voltou a esses temas uma década depois, em Captain Swing, um estudo detalhado do protesto rural do início do século 19 na Inglaterra, em co-autoria com George Rudé, e Bandidos, um esforço mais abrangente de síntese. Essas obras servem de lembretes de como Hobsbawm foi tanto uma ponte entre a historiografia europeia e a britânica e, também, um precursor do aumento notável do estudo da história social no pós-1968 britânico.

À essa altura, porém, Hobsbawm já havia publicado o primeiro dos trabalhos sobre os quais suas reputações popular e acadêmica iriam se assentar. Uma coleção de alguns dos seus ensaios mais importantes, Labouring Men, apareceu em 1964 (uma segunda coleção, Worlds of Labour, iria surgir 20 anos mais tarde). Mas foi Industry and Empire (1968), uma compilação convincente de muito do seu trabalho sobre a revolução industrial da Grã-Bretanha, que alcançou o mais alto reconhecimento – e, não à toa, raramente a obra encontra-se fora de catálogo.

Foi ainda mais influente, no longo prazo, a série a Era de…, que começou em 1962 com a A Era das Revoluções: 1789-1848. Ela foi sucedida por A Era do Capital: 1848-1875 (1975) e, depois, por A Era do Império: 1875-1914 (1987). Um quarto volume, A Era dos Extremos: 1914-1991, mais peculiar e especulativo, ainda que, sob alguns aspectos, mais notável e admirável do que as obras anteriores, ampliou a sequência em 1994.

Os quatro volumes incorporam todas as melhores qualidades de Hobsbawm – a varredura do tema e a compreensão estatística combinadas pelo ar de anedota, a atenção pelas nuances e o significado das palavras além de, sobretudo, um incomparável poder de síntese (não há lugar onde o capitalismo dos meados do século 19 esteja mais bem disposto do que o clássico sumário presente na primeira página do segundo volume). Os livros não foram concebidos como tetralogia, mas adquiriram, assim que surgiram, status individual e, ao mesmo tempo, cumulativo, de claśsico. Eles foram um exemplo, como diria o próprio Hobsbawm, "daquilo que os franceses chamam de ‘haute vulgarisation‘ [alta vulgarização]" (e ele não disse isso no sentido autodepreciativo). Os livros ornaram-se, nas palavras de um revisor, "parte da mobília dos ingleses bem-formados".

O primeiro casamento de Hobsbawm tinha terminado em 1951. Durante os anos 1950, ele teve outro relacionamento, que resultou no nascimento de seu primeiro filho, Joss Bennathan; mas a mãe do garonto não quis casar-se. Em 1962, ele casou-se de novo, agora com Marlene Schwartz, de ascendência austríaca. Mudaram-se para Hampstead e compraram uma segunda casa pequena em Gales. Tiveram dois filhos, Andrew e Julia.

Nos anos 1970, a fama crescente de Hobsbawm como historiador viu-se acompanhada pelo crescimento da sua fama como narrador de seu próprio tempo. Embora ele respeitasse, como historiador, a disciplina centralista do Partido Comunista, sua eminência intelectual deu-lhe uma independência que lhe permitiu conquistar o respeito de pensadores críticos ao comunismo, a exemplo de Isaiah Berlin. Isso também garantiu-lhe o considerável elogio de não ter nenhum de seus livros publicados na União Soviética. Armado e protegido, ele navegou sem medo por todo o campo da esquerda, das páginas mensais do Partido Comunista ao Marxism Today, uma publicação consideravelmente heterodoxa na qual tornou-se sumidade da casa.

Suas conversas com o comunista – e, agora, presidente – italiano Giorgio Napolitano datam daqueles anos e foram publicadas em A Estrada Italiana para o Socialismo. Mas sua mais influente contribuição política foi a crescente certeza de que o movimento proletário europeu perdera a capacidade de realizar a função transformadora que os marxistas primordiais lhe creditavam. Esses artigos revisionistas descompromissados foram organizados sob o título "The Forward March of Labour Halted" [A Marcha do Trabalho Interrompida].

Em 1983, quando Neil Kinnock tornou-se líder do Partido Trabalhista britânico, por conta de sua sorte eleitoral, a influência de Hobsbawm começou a se estender para além do Partido Comunista e para dentro do Trabalhista. Kinnock reconheceu publicamente sua dívida para com Hobsbawm e permitiu-se ser entrevistado pelo homem que descreveu como "meu marxista favorito". Embora Hobsbawm tenha desaprovado firmemente muito daquilo que seria conhecido depois como "Novo Trabalhismo" – algo que via, entre coisas, como covardia histórica – ele foi, sem dúvida, o precursor intelectual mais influente do revisionismo iconoclasta do trabalhismo dos anos 1990.

Seu status foi sublinhado em 1998, quando o então primeiro-ministro Tony Blair concedeu-lhe a distinção de Companion of Honour, poucos meses depois de ter completado 80 anos. Na sua justificativa, o premiê disse que Hobsbawm continuava a publicar trabalhos que "localizam na História e na política problemas que reemergem, para perturbar a complacência da Europa".

Nos últimos anos, Hobsbawm viu sua reputação crescer. Suas comemorações de aniversário de 80 e 90 anos foram premiadas com a presença da intelectualidade liberal e de esquerda da Grã-Bretanha. Ao longo dos últimos anos, ele continuou a publicar volumes de ensaios, incluindo On the History (1997) e Uncommon People (1998), trabalhos nos quais Dizzy Gillespie e Salvatore Giuliano colocaram-se lado a lado no índice de testemunhas das crescente curiosidade de Hobsbwm. Também são dessa época uma autobiografia muito bem-sucedida, Tempos Interessantes, publicada em 2002, e Globalização, Democracia e Terrorismo, de 2007.

Mais famoso no fim de sua vida do que provavelmente em qualquer outro período, ele manteve com regularidade suas palestras, comunicações e o papel como performer no Festival de Literatura de Hay, do qual tornou-se presidente aos 93 anos, após a morte de Lord Bingham de Cornhill. Um tombo, em 2010 reduziu severamente sua mobilidade, mas seu intelecto permaneceu intocado, assim como sua vida social e cultura, graças aos esforços, ao amor e à culinária de Marlene.

Que seus escritos tenham continuado a sensibilizar tantos públicos, no momento em que sua política foi, de certa forma, eclipsada, era o tipo de disjunção que exasperava os direitistas. Mas foi também o paradoxo em que seu intelecto sutiu e jamais complacente refestelou-se. Em seus últimos anos, ele gostava de citar EM Forster, segundo o qual o próprio Hobsbawm sabia "permanecer sempre num ângulo suave do universo". Se o comentário diz mais sobre Hobsbawm ou sobre o universo era algo que ele gostava de debater, confiante na noção de que se tratava, em muitos sentidos de um aprendizado para ambos. Ele deixa Marlene e seus três filhos, sete netos e um bisneto.

FONTE: OUTRAS PALVRAS

 

O historador Eric Hobsbawm em Parati (RJ), do site do Prof. Rômulo Gondim


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Audiência Pública na Comissão de Educação da ALERJ

No dia 5 de setembro, às 10 horas, ocorreu a Audiência Pública na Comissão de Educação da ALERJ, onde foram feita várias denúncias sobre a atual polítca educacional do Governo do Estado do Rio de Janeiro. O SEPE/RJ apresentou inúmeras denúncias à Comissão. O Sindserj esteve presente questionou a reducação da carga horária das disciplinas de Sociologia e Filosofia na rede de escolas de Ensino Médio da SEEDUC. Abaixo, fotos do plenário Audiência Pública, presidida pelo Deputado Comte Bittencourt e do Presidente do SINDSERJ, Nilton Soares, entrevistando o Coordenador do SEPE/RJ, Prof. Adriano, para a TV Comunitária, Canal 6 da NET.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

II SEPOCS

Na última segunda, dia 17 de setembro, às 17 horas, no Salão Nobre do IFCS/UFRJ, no Largo do Machado, Centro do Rio de Janeiro, ocorreu a Abertura Solene do II SEPOCS - II Seminário de Pós-Graduação em Ciências Sociais. O Seminário vai até sexta-feira, dia 21. O SINDSERJ apoia essa inciativa.

domingo, 9 de setembro de 2012

AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DA ALERJ

Na próxima quarta-feira, 12 de setembro, às 10 h., na sala 316, do Palácio Tiradentes, Rua Primeiro de Março s/n, Praça XV, estaremos participando da Audiência Pública da Comissão de Educação da ALERJ, na qual está prevista a presença do Secretário de Educação da rede Estadual. Nesta oportunidade, iremos reiterar junto ao secretário a questão que foi apresentada pelo SINDSERJ na Audiência Pública de 14 de dezembro de 2011, contra a redução da carga horária das disciplinas de Sociologia e Filosofia no Ensino Médio.
Contamos com a presença de todos!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

II SEPOCS

Começa no dia 17 de setembro, às 17 horas, no IFCS/UFRJ, no Largo de São Francisco, Centro, Rio de Janeiro, o II Seminário dos Estudantes de Pós-Graduação em Ciências Sociais do Estado do Rio de Janeiro. Veja a programação abaixo. Maiores informações: sepocs.blogspot.com/

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Plano Nacional de Educação

Comunidades universitária e científica se manifestam contra o recurso que adia o PNE

Após a divulgação de notas públicas da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, do FNE (Fórum Nacional de Educação), da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) e da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) contra o recurso (REC 162/2012) que pretende adiar a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), as comunidades universitária e científica também começam a se pronunciar contra a manobra.

Em nota, a Adusp (Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo) mostra a importância de investir o equivalente a 10% do PIB na educação pública, apontando os diversos déficits do setor, que podem ser minimizados com a aprovação do Plano. “Repudiamos qualquer tentativa de atrasar ainda mais o processo e instamos o Congresso Nacional a aprovar, com urgência, os recursos previstos para a educação pública pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados”.

Nesta sexta-feira (17/8), a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) também divulgou nota criticando o recurso que tenta protelar o PL 8035/10. “A SBPC solicita aos senhores que não acatem tal recurso e que encaminhem o PNE direto ao Senado Federal. Levar o projeto ao Plenário pode gerar modificações graves no PNE, além de atrasar ainda mais a tramitação da matéria, retardando o direito à educação de milhões de familiares, estudantes e professores brasileiros”, diz a nota.

“Para um país que é a sexta economia do mundo e que pretende entrar no rol de países desenvolvidos, o nosso desafio ainda é enorme no que se refere à educação. Para enfrentar este desafio, é fundamental aumentar o montante de recursos por meio de uma política de financiamento”, afirma, ainda, a SBPC.

A Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino), também divulgou nota criticando o recurso. "O recurso apresentado pelo Governo praticamente inviabiliza a aprovação do PNE ainda em 2012, adiando por mais um longo período (sem prazo determinado) uma decisão estratégica e de fundamental importância para os rumos do desenvolvimento nacional".

Entenda a tramitação do PNE e o Recurso 162/12

O Projeto de Lei 8035/10 foi aprovado pela Comissão Especial da Câmara que analisa o PNE em 26 de junho e seguiria diretamente para aprovação no Senado, caso a coordenação política do Governo não tivesse articulado recurso para levar a matéria por tempo indeterminado ao Plenário da Câmara dos Deputados, o que prejudica o planejamento e a efetividade das políticas públicas educacionais.

O recurso 162/12 (REC 162/12) ao PL 8035/10 foi apresentado à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados no dia 9 de agosto pelo líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), que articulou a assinatura de 80 deputados.

Clique aqui e veja a manifestação da Adusp, da SBPC e da /Contee.

EXTRAÍDO DE: Campanha Nacional pelo Direito à Educação
http://www.campanhaeducacao.org.br/

Brasil, 17 de agosto de 2012





sábado, 28 de julho de 2012

3º ENSOC-Encontro Estadual de Ensino de Sociologia (RJ)

Inscrições para o 3º ENSOC /RJ:

Entre 1º de agosto e 1º de setembro

TEMA: A Sociologia na Escola: políticas públicas, ensino e formação

DATA: 28 a 30 de setembro de 2012

LOCAL: FACULDADE DE EDUCAÇÃO – UFRJ / C A M P U S PRAIA VERMELHA

EIXOS TEMÁTICOS

1) História da Disciplina

2) Formação do Professor

3) Ensino e Experiências Pedagógicas

4) Currículo de Sociologia na Educação Básica

5) Livros e Materiais Didáticos

PROGRAMA DO EVENTO

2 8 / S E T EMB RO / 2 0 1 2

14h CREDENCIAMENTO E ENTREGA DE MATERIAL

16h APRESENTAÇÃO DE PÔSTER

18h SESSÃO DE ABERTURA / salão Pedro Calmon

18h30 MESA REDONDA I / salão Pedro Calmon

20h30 ATIVIDADE CULTURAL


2 9 / S E T EMB RO / 2 0 1 2

09h MESA REDONDA II / salão Pedro Calmon

12h ALMOÇO

14h COMUNICAÇÕES ORAIS (GTS) / salas da Faculdade de Educação

17h OFICINAS PEDAGÓGICAS / salas da Faculdade de Educação


3 0 / S E T EMB RO / 2 0 1 2

09h MESA REDONDA III / Salão Pedro Calmon

12h ALMOÇO

14h PLENÁRIA FINAL – SÍNTESE DOS GTS / salão Pedro Calmon

VALORES DAS INSCRIÇÕES:

Estudantes – R$ 15,00

Professores educação básica - R$ 20,00

Demais professores e pesquisadores - R$ 30,00


R E A L I Z A Ç Ã O :UFRJ / CFCH / Faculdade de Educação


A P O I O : FAPERJ / FUJB

ENVIO DE TRABALHOS:

até dia 01/09/2012

INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES:

www.labes.fe.ufrj.br

LabES Laboratório de Ensino de Sociologia Florestan Fernandes


segunda-feira, 23 de julho de 2012

País tem desafio de combater pobreza intelectual, diz presidente da SBPC

Com o tema Ciência, Cultura e Saberes Tradicionais para Enfrentar a Pobreza, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) abriu neste domingo (22) a 64ª reunião da entidade. De acordo com a presidente da SBPC, Helena Bonciani Nader, um dos desafios da reunião deste ano é encontrar caminhos para combater a pobreza intelectual.


“O que será discutido aqui não é só a pobreza no sentido socioeconômico, porque tirar da pobreza econômica não é difícil, isso está sendo feito. O que eu quero é um passo adiante. Daqui a quantos anos vamos ver essa população que precisa do Bolsa Família tendo seus filhos em escola de alta qualidade e com acesso à tecnologia que as classes mais abastadas têm? É isso que a gente quer para o Brasil, manter as pessoas com bolsa? Ou será que temos que dar para esses indivíduos a cidadania? A condição de ele poder ter o próprio trabalho?”, disse a presidente da SBPC durante a abertura do evento.

Helena Nader reivindicou o investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação e a partilha de 50% do Fundo Social formado por recursos obtidos com a exploração de petróleo na camada pré-sal para investimentos em educação e ciência e tecnologia.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, destacou que é preciso incorporar os conhecimentos tradicionais aos sistemas de ciência, tecnologia e inovação, “assegurando aos seus detentores a divisão justa e equitativa de sua produção”.

Raupp ressaltou ainda que a contribuição da ciência não ocorre apenas dentro de laboratórios. “A tendência mundial é que a ciência e o cientista deem uma colaboração maior na formulação de políticas públicas nas diversas áreas de atuação governamental.” O ministro engrossou a reivindicação dos recursos do pré-sal e estimulou a mobilização da comunidade científica. Além disso, destacou a realização do Fórum Mundial de Ciência, em 2013, no Brasil. "As discussões já começam em agosto deste ano, na cidade de São Paulo", disse.

Para o reitor da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), Natalino Salgado Filho, a ciência e o conhecimento são parte da solução para a desigualdade social. “A questão da pobreza é histórica e cultural. Vamos aliar o conhecimento cientifico aos saberes para trabalhar uma área de produção e, a partir daí, estimular as comunidades a industrializar seus conhecimentos tradicionais. A ciência é um instrumento de mudança para o povo brasileiro”, ressaltou.

Manifestantes grevistas chamaram a atenção ao interromper o início da solenidade. Com muito barulho, um grupo de professores e servidores da Ufma, em greve desde o dia 31 de junho, pediu espaço para expor os motivos da paralisação que já atinge 57 das 59 universidades federais de todo país. “Reivindicamos que governo respeite a educação e as propostas da categoria dos professores. Além disso, nos perguntamos se a educação, a universidade e a ciência, de fato, visam à erradicação da pobreza. Quantas conferências, mesas-redondas e trabalhos científicos contribuem efetivamente para a mudança da sociedade?”, questionou o representante do comando de greve e professor da área de educação da universidade, Rosenverck Santos.

Desde 1950, a SBPC homenageia anualmente cientistas que deram contribuições significativas para o desenvolvimento da ciência brasileira. Entretanto, nesta edição, a SBPC homenageou quatro ex-diretores que morreram em 2012: Aziz Ab'Saber, Gilberto Cardoso Alves Velho, Luiz Edmundo de Magalhães e Antônio Flávio de Oliveira Pierucci. A SBPC também homenageou o cientista e político maranhense Renato Archer, que morreu em 1996.

Premiação

Durante a abertura do evento, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) foi anunciada como ganhadora do 32º Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica 2012, na categoria Instituição e Veículo de Comunicação. Patrocinado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o prêmio é concedido anualmente a uma de suas três categorias: Divulgação Científica e Tecnológica, a um pesquisador ou escritor que atue como como divulgador da ciência; Jornalismo Científico, a um jornalista destaque da área, e Instituição, premiando a instituição ou o veículo de comunicação que mais apoiou a divulgação científica.

A organização do evento confirmou a inscrição de 10 mil pessoas e aguarda o dobro de participantes até o final da reunião. Hoje (23), às 10h30, o ministro Marco Antonio Raupp fará uma conferência sobre o tema Estratégia Nacional de Ciência e Tecnologia – Desafios e Oportunidades. O evento vai até sexta-feira (27.07).

Heloisa Cristaldo, da Agência Brasil

Fonte: JB Online. Acesso em 23.7.2012

http://www.jb.com.br/pais/noticias/2012/07/23/pais-tem-desafio-de-combater-pobreza-intelectual-diz-presidente-da-sbpc/



Mapa da Violência coloca o Brasil entre os quatros países com maiores taxas de homicídio de jovens.

A nova edição do Mapa da Violência, elaborado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz e editado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e o Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos (Cebela), traz grave alerta sobre o que chama de “epidemia” da violência no Brasil contra crianças e adolescentes.


Em um ranking de 92 países do mundo, apenas El Salvador, Venezuela e Guatemala apresentam taxas de homicídio maiores que a do Brasil (44,2 casos em 100 mil jovens de 15 a 19 anos). Todos os três países têm economia menor que a brasileira, atualmente a 6ª maior do mundo (segundo o Produto Interno Bruto), não dispõem de um sistema de proteção legalizado como o Estatuto da Criança e do Adolescente (com 22 anos de existência) nem programas sociais com o número de beneficiários como o Bolsa Família (que entre outras contrapartidas orienta o acompanhamento da família matriculando os filhos na escola e mantendo em dia a vacinação).

Na semana passada, durante a abertura da 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, a presidenta Dilma Rousseff destacou que “uma grande nação tem que ser medida por aquilo que faz por suas crianças e adolescentes, e não pelo PIB”.

As elevadas taxas de homicídio, segundo o coordenador do estudo, o pesquisador argentino Julio Jacobo Waiselfiz, mostram uma triste realidade: o Brasil e os países da América Latina são sociedades violentas. Segundo o pesquisador, o crescimento dos dados guarda ao menos uma boa notícia: a melhora da cobertura médica legal. “Dados da OMS [Organização Mundial da Saúde] dão conta de que tínhamos, até os anos 90, algo em torno de 20% de óbitos que não eram registrados. Os corpos desapareciam, algumas vezes em cemitérios clandestinos. Hoje a estimativa é de um recuo neste índice, para 10%”, afirmou.

Ele destaca ainda que as mortes no trânsito poderiam ser diminuídas. “Faltam melhorias na infraestrutura. Quando analisamos os dados, percebemos que os países com mais mortes no trânsito têm também piores estradas. São mortes evitáveis”, destaca, afirmando que as autoridades públicas têm, elas próprias, participação nessas mortes, ao se omitirem.

O pesquisador destaca que essas autoridades também têm culpa em um processo delicado, que funciona como um dos motores da perpetuação da violência, a culpabilização das vítimas. “Mulheres, crianças e adolescentes são muitas vezes culpados pelas autoridades por estarem expostos a situações de violência. Quando o Estado o faz demonstra ser tolerante a essas situações”, explica.

Os dados apresentados também confirmam um diagnóstico feito recentemente pela Anistia Internacional. Segundo Atila Roque, diretor executivo da ONG no país, “o Brasil convive, tragicamente, com uma espécie de ‘epidemia de indiferença’, quase cumplicidade de grande parcela da sociedade, com uma situação que deveria estar sendo tratada como uma verdadeira calamidade social. Isso ocorre devido a certa naturalização da violência e a um grau assustador de complacência do estado em relação a essa tragédia”, resume, em trecho citado no Mapa da Violência.

Segundo o relatório de Júlio Jacobo, foram registrados em 2011 no Brasil 7.155 casos de estupro entre 10,4 mil casos de violência sexual (que incluem assédio e atentado violento ao pudor), a maioria praticada pelos próprios pais (além de padrastos) contra as filhas de 10 a 14 anos; ou por conhecidos próximos (como amigo ou vizinho) no caso de meninas de 15 a 19 anos.

O abuso sexual agrava os riscos de violência doméstica. Segundo dados do Ministério da Saúde, analisados pelo Mapa da Violência, a residência é o principal local de agressão declarado no socorro das vítimas de até 19 anos pela rede pública. Mais de 63% dos casos de violência ocorreram na residência e cerca de 18% acontecem na via pública.

Os dados analisados (relativos a 2010) também verificaram que a violência não se distribui de maneira uniforme pelo país. O estado de Alagoas, com a maior taxa de homicídios (34,8 homicídios para cada 100 mil crianças e adolescentes), é dez vezes mais violento que o Piauí (3,6 casos). Maceió é capital mais violenta (com 79,8 homicídios).

As estatísticas indicam ainda a concentração da violência em 23% dos municípios brasileiros (quase 1,3 mil cidades). De acordo com o Mapa da Violência, 4.723 municípios não registraram nenhum assassinato de criança e adolescente em 2010.

Entre outras causas “externas” de morte (diferentes das mortes naturais causadas por problemas de saúde), o relatório chama a atenção também para as mortes no trânsito. Entre 2000 e 2010, a taxa de mortalidade de jovens de 15 a 19 anos no trânsito cresceu 376,3% (de 3,7 para 17,5 casos em 100 mil).

Por Gilberto Costa e Guilherme Jeronymo, da Agência Brasil

Fonte:http://coletivodar.org/2012/07/mapa-da-violencia-coloca-brasil-entre-os-quatro-paises-com-maiores-taxas-de-homicidio-de-jovens/

domingo, 15 de julho de 2012

Aulas em várias unidades para complementar renda

Censo Escolar da Educação Básica de 2011 revelou que 3.644 mestres dão aula em várias unidades para complementar renda

Professores se ‘desdobram’ em mais de quatro escolas

Quando até a grande mídia percebe o absurdo …
Para aumentar a renda familiar, professores do Estado do Rio são obrigados a se desdobrar em várias escolas públicas e privadas. Dados do Censo Escolar 2011, divulgados pelo Inep, instituto de pesquisas do Ministério da Educação (MEC), revelam que 3.644 mestres trabalhavam em mais de quatro estabelecimentos de ensino. Outros 9.026 docentes dão aulas em mais de três colégios.
Os números mostram ainda que 5.753 profissionais lecionam mais de três disciplinas, sendo que 1.513 professores dão aulas de cinco ou mais matérias. É o caso do professor de Sociologia, Ciro Dantas, 44 anos, que dá aulas de Português, Biologia, Matemática, Física e Química, no Projeto Autonomia, da Secretaria Estadual de Educação, parajovens do Ensino Médio.
“Recebemos uma semana de treinamento para ensinar disciplinas nas quais não temos o menor domínio”, diz ele, que no ano passado trabalhava em quatro escolas e este ano, em três da rede pública.
“Já quis fazer pós-graduação, mas não sobra tempo, trabalhando das 7h às 22h, e acabo adiando”, diz Ciro. De acordo com o Censo, entre os 40.136 professores que dão aulas no estado do Rio, existem 1.695 docentes que não têm o Ensino Superior. A situação é ainda mais crítica para 18 mestres que têm apenas o Ensino Fundamental. O Ensino Médio foi concluído por 1.235 profissionais da educação.
A baixa qualidade do ensino público — o Rio ficou em penúltimo lugar no ranking nacional do Ideb — tem levado famílias a transferir filhos para escolas particulares. Em 2011, arede privada ganhou 83 mil novas matrículas (358 mil no Brasil). A rede pública teve menos 165.410 alunos.


Matéria extraída do Jornal O DIA em 26/06/2012
http://odia.ig.com.br/portal/educacao/professores-se-desdobram-em-mais-de-quatro-escolas-1.456463

64ª Reunião anual da SBPC será realizada em julho no Maranhão

A 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) vai acontecer de 22 a 27 de julho, em São Luís (MA). Com o tema “Ciência, Cultura e Saberes Tradicionais para Enfrentar a Pobreza”, a programação científica do evento terá conferências, simpósios, mesas-redondas, encontros, sessões especiais, minicursos e sessões de pôsteres para apresentação de trabalhos científicos. Também serão realizados diversos eventos paralelos, como a SBPC Jovem (programação voltada para estudantes do ensino básico), da ExpoT&C (mostra de ciência e tecnologia) e da SBPC Cultural (atividades artísticas regionais). Os interessados em participar dos minicursos oferecidos, de 24 até o final do evento, têm até o dia 11 de julho para fazer sua inscrição. Haverá inscrições para as vagas remanescentes durante a SBPC.


Mais informações: http://www.sbpcnet.org.br/saoluis/home e http://www.sbpcnet.org.br/saoluis/inscricao/minicursos.php

FONTE:

BOLETIM FAPERJ 5.7.2012

http://www.faperj.br/boletim_interna.phtml?obj_id=8275

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Meta de 10% do PIB para educação exige mudanças no financiamento

Movimentos sociais e parlamentares comemoram a aprovação na Câmara do Plano Nacional de Educação (PNE), que incluiu uma meta de investimento público de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor, a ser atingida no prazo de dez anos. A conquista, entretanto, não significa um aumento imediato da verba para a educação. Os municípios, Estados e a União terão que buscar novas fontes de recursos e rever a contribuição de cada um dos entes federados nesta conta para que a meta saia do papel.


Os dados mais recentes apontam que o País investe 5,1% do PIB em educação, segundo levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). A parcela de contribuição de cada um dos Estados e do Distrito Federal é bem diferente: em 2009, o governo federal foi o responsável por 20% do investimento público em educação e os estados e os municípios por cerca de 30% cada.

Um dos caminhos para aumentar os investimentos na área é repartir melhor essa conta. O professor da Universidade Católica de Brasília, Cândido Gomes, acredita que a contribuição do governo federal na educação básica poderia ser maior. Hoje, boa parte dos recursos que a União aplica é no ensino superior para custear as universidades federais. "Teremos que repactuar tudo. Essa é uma conta muito pesada para os municípios. A relação já melhorou, mas ainda falta caminhar muito. E os municípios e Estados têm a obrigação de aplicar esses recursos (que são repassados pela União), e isso precisa ser cobrado", disse.

O próprio texto do PNE aprovado na terça-feira prevê que no prazo de dois anos um novo projeto de lei complementar deverá estabelecer "normas de cooperação entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios" para garantir "equilíbrio na repartição das responsabilidades e dos recursos".

Além de repactuar o investimento, também será necessário buscar novas fontes de recursos. A expectativa do próprio ministro da Educação, Aloizio Mercadante, é que os recursos da exploração de petróleo e gás da camada pré-sal possam ser aplicados em educação e assim aumentem o volume de dinheiro para atingir a meta dos 10%. A determinação para que os recursos obtidos com a exploração sejam investidos nas redes de ensino também consta no PNE.

"Agora que existe a meta dos 10% do PIB, será necessário pensar de onde esse dinheiro vai sair. Existem muitas expectativas em relação ao pré-sal, mas esse é um dinheiro que ainda vamos demorar para ver", avalia Gomes.

Para o especialista em financiamento em educação, além de garantir mais recursos, é necessário melhorar a eficiência dos gastos. Atualmente, o País gasta muito dinheiro, por exemplo, com o problema da repetência e da evasão escolar. Gomes avalia que um ótimo investimento seria aplicar mais recursos na educação infantil, que garante um melhor desenvolvimento da criança e, por consequência, aumenta as chances de sucesso de sua trajetória escolar.

"Realmente, o Brasil precisa de um aumento dos recursos financeiros para educação, mas nada disso valerá se nós não melhorarmos o aproveitamento desse dinheiro. A criança (público da educação infantil) é o elo perdido. Mas, no Brasil, é como se nós só nos preocupássemos com a árvore depois que ela está torta", comparou.

O PNE estabelece 20 metas educacionais que o País deverá atingir no prazo de dez anos. Além do aumento no investimento em educação pública, o plano prevê a ampliação das vagas em creches, a equiparação da remuneração dos professores com a de outros profissionais com formação superior, a erradicação do analfabetismo e a oferta do ensino em tempo integral em pelo menos 50% das escolas públicas. Todos os objetivos terão que ser alcançados no prazo de dez anos, a contar da sanção presidencial. A proposta aprovada pela Câmara segue agora para avaliação e votação no Senado Federal.

FONTES:

Agência Brasil e
Terra-notícias
http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI5863623-EI8266,00-Meta+de+do+PIB+para+educacao+exige+mudancas+no+financiamento.html

Acesso: 27 de junho de 2012 • 18h55

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Divisão Norte-Sul impera sobre a Rio+20

A Cúpula da Terra de 1992 no Rio de Janeiro se viu em grande parte desbaratada pela divisão Norte-Sul: uma batalha entre uma coalizão de nações industrializadas ricas e o Grupo dos 77 (G-77), atualmente integrado por 134 países em desenvolvimento. "De certa forma, as atuais divisões são mais profundas do que por ocasião da Conferência sobre Ambiente Humano realizada em Estocolmo em 1972, a primeira cúpula ambiental, e do que a Cúpula da Terra, duas décadas depois", disse Branislav Gosovic, ex-integrante da Comissão Brundtland sobre Meio Ambiente e que integrou a delegação do Centro Sul na conferência de 1992. “A divisão afetará o processo e o resultado da Rio+20”, afirmou Gosovic, referindo-se à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) no Rio de Janeiro, de 20 a 22 de junho. Branislav Gosovic é autor de The Quest for World Environmental Cooperation: The Case of the U.N. Global Environment Monitoring System (A busca da cooperação mundial para o meio ambiente: o caso do Sistema Mundial de Monitoramento Ambiental das Nações Unidas). IPS: Como participante da Cúpula da Terra de 1992, tem alguma confiança ou está cético com relação ao resultado da Rio+20? Branislav Gosovic: Não sou otimista quanto a êxitos ou grandes avanços. A reunião acontecerá em um momento difícil para a economia global e nacional e após 20 anos de predomínio de uma globalização neoliberal. No primeiro caso, os chefes de Estado estarão preocupados com a resposta à atual crise que não sabem como manejar nem superar. E o segundo prejudicou a agenda sobre desenvolvimento sustentável e paralisou, ou fez retroceder, alguma das políticas e dos avanços conceituais realizados no período anterior com vistas à (e na) cúpula do Rio de Janeiro. IPS: Qual sua opinião sobre o documento da Rio+20 que é negociado? BG: Mantém muitas ideias e muitos objetivos vivos. Entretanto, semanas antes do encontro, parágrafos entre parênteses (o que indica desacordos) e palavras ambíguas sobre questões muito importantes mostram a falta de consenso e que a comunidade internacional caminha para um período de seca. Porém, me atrevo a ser otimista quanto ao longo prazo e após um período de globalização neoliberal, dada a maturação de muitos temas e a preocupação e o agravamento dos problemas globais identificados em Estocolmo há 40 anos, que a Rio+20 possa marcar o começo de 20 anos mais promissores para a cooperação internacional rumo a “Estocolmo+60, isto é, Rio+40. IPS: Qual a melhor forma de conseguir isso? BG: É preciso muito trabalho, compromisso e liderança de alguns países que estão em posição de oferecê-lo e participação das forças sociais em um movimento global genuíno. E o mais importante, acarretará grandes mudanças estruturais e paradigmas sobre como a sociedade se organiza, em escala nacional e global, uma chave que abrirá a porta para cumprir muitos dos atuais objetivos esquivos ou inalcançáveis. Não há motivo de surpresa no fato de tais mudanças sofrerem resistência e serem combatidas com unhas e dentes e por todos os meios disponíveis pelos que se opõem a elas. IPS: Acredita em uma repetição da divisão Norte-Sul de 1991 nas atuais negociações do plano de ação da Rio+20, intitulado O futuro que queremos? BG: A divisão Norte-Sul existe há mais de 60 anos, desde os primeiros dias da Organização das Nações Unidas. Afetou e determinou o resultado de Conferência de Estocolmo e a forma como foi conceituada a agenda ambiental, como um plano de desenvolvimento sustentável. Esteve presente no informe e na primeira reunião da Comissão Brundtland, isto é, a Comissão sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, e depois na Rio 92 e em Johannesburgo 2002. E tal como mostra o atual rascunho do documento final, terá um papel central na Rio+20. Pode-se argumentar que as questões ambientais usufruíram a agenda internacional para o desenvolvimento e vice-versa. Os problemas ambientais globais não podem ser atendidos nem resolvidos sem a participação do Sul e dos países em desenvolvimento, e sendo sócios iguais na empresa. Não se pode fazer desaparecerem as cúpulas gêmeas sobre meio ambiente e desenvolvimento, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e a Chamada Cúpula da Terra, como fazem alguns países industrializados tentando encontrar divisões e diferenças no Sul. Continuarão fazendo isso até que o Norte mude sua política e assuma sua posição de solidariedade e tenha uma adesão genuína aos princípios do Rio, de “responsabilidades comuns e diferenciadas”. Por outro lado, observa-se os esforços para transformar a agenda ambiental em uma grande oportunidade empresarial e de criação de emprego, para projetar uma imagem de determinados países em desenvolvimento importantes como principal ameaça para o meio ambiente global. Também para enfrentar nas negociações sobre mudança climática pequenos grupos de Estados em desenvolvimento vulneráveis, em um esforço de nunca acabar tendente a dividir o Grupo dos 77. Definitivamente, o conflito Norte-Sul está vivo e se movendo, dirá presente na Rio+20 e se manterá no futuro imediato. IPS: Como se compara a Agenda 21 e o documento da Rio+20 com o histórico informe da Comissão Brundtland de 1987? Houve avanços substanciais desde então e desde a Conferência de Estocolmo? BG: O documento da Rio+20 é resultado de um processo de negociações. Nesse sentido, não se pode comparar com o Informe Brundtland nem com o da Cúpula da Terra, ambos elaborados por equipes dedicadas a essa tarefa durante um longo tempo. Por outro lado, a maioria dos temas presentes no Informe Brundtland e na Agenda 21 podem ser encontrados no documento da Rio+20, embora redigidos de tal forma que revela a falta de consenso e de compromisso para agir. Houve avanços em numerosas áreas, mas, nas questões cruciais e nos conflitos subjacentes, quase não existiu movimento. Isso continuará sendo de interesse e desempenhará um papel importante na Rio+20. Um desses conflitos tem a ver com as divisões Norte-Sul, a agenda internacional para o desenvolvimento, e a questão relacionada da ordem global e política existente, que está sendo questionada. O outro conflito, menos visível, tem a ver com a natureza da ordem socioeconômica dominante, ou o paradigma, que é questionado por não ser sustentável do ponto de vista social nem ambiental. Este conflito estará presente no Norte e no Sul. Houve poucos progressos na prática sobre questões fundamentais desse tipo. Fonte: Envolverde/IPS

domingo, 3 de junho de 2012

SOCIOLOGIA E SOLIDARIEDADE – Razões para participar na Cúpula dos Povos

SOCIOLOGIA E SOLIDARIEDADE – Razões para participar na Cúpula dos Povos Publicado por Sociólogos sin Fronteras Latinoamerica SSFL em segunda-feira, 28 maio, 2012 A queda do muro de Berlim deveu-se notadamente ao impacto histórico e valor coletivo da solidariedade. O recente noticiário internacional sobre a eleição e posse de François Hollande (PS) e a participação significativa dos ecologistas (EELV) no governo eleito reanima a participação da França na Rio+20 e chama a solidariedade nas relações norte / sul. Solidariedade é um termo bastante valorizado por quantos reconhecem o modelo de Bem-estar com direitos humanos, impulsionado desde o Presidente F.D.Roosevelt (The Four Freedom, Janeiro de 1941), como uma das vertentes do século vinte e um. Embora tenha sido empurrado para segundo plano desde os anos noventa pelos seguidores de uma Margaret Thatcher identificada ao lema de que "não existe sociedade só há mercado", culto dos neoliberais, a verdade é que a queda do muro de Berlim deveu-se notadamente ao impacto histórico e valor coletivo da solidariedade. Como sabem, depois do movimento social internacional que leva este nome, promovido pelos trabalhadores poloneses nos anos oitenta, abrindo o horizonte do século vinte e um, a solidariedade não deixou de constar em muitas agendas internacionais orientadas para o ambientalismo (notadamente a Agenda 21, da ONU, pactuada na Rio 92) (tecle aqui), ainda que tenha sido um termo cerceado pelo neoliberalismo de plantão. Cetamente, esse termo tem lastro no histórico da sociologia que, desde Saint-Simon, não deixou de fazer a crítica das desigualdades sociais, questionando notadamente o contraste entre opulência e pobreza. Isto não quer dizer que o termo seja inequívoco e tenha valor unicamente para a consciência crítica da sociedade industrial. Há também um aspecto mais específico muito conhecido, desenvolvido depois que, no começo do século vinte, Émile Durkheim (1858 – 1917) elaborou tipos sociológicos com base na distinção entre solidariedade mecânica e solidariedade organica. ►A noção de solidariedade social serviu aos sociólogos publicistas para tratarem problemas de sociologia no âmbito do modelo de representação de interesses que se impôs com o liberalismo clássico. Vem daí a noção de solidariedade social como qualidade na formação de associações de livre interesse, focos de ação coletiva em relação ao mundo do trabalho e das relações de produção. Entendeu-se ali a capacidade dos indivíduos pactuarem livremente entre si em torno de interesses comuns. Com isto, o termo ganhou um novo contorno, mais positivo e mais específico ao campo institucional, mas nem por isso menos crítico. A noção de solidariedade social serviu aos sociólogos publicistas para tratarem problemas de sociologia no âmbito do modelo de representação de interesses que se impôs com o liberalismo clássico. Embora o eixo das análises tenha se deslocado do âmbito da sociedade industrial em conjunto, o aspecto crítico logo se fará reconhecer em face das limitações de tal modelo, sem proveniência nas maiorias. Daí, ao elaborar sobre solidariedade social no solo histórico de uma sociedade com traços de ranço escravista como a nossa, constatou-se por efeito da dialética o insolidarismo, a fragilidade nas classes subalternas do associativismo como representação de interesses, pelo que se evidenciou a falácia do liberalismo tradicional ou do próprio regime que, em nossa história parlamentar, baseia as instituições não nas políticas públicas, mas na representação de interesses, modelo restrito às elites, à minoria privilegiada, que perpetua grande margem de incontestável exclusão social. Admite-se que o cenário do insolidarismo em nossa história passou por mudanças significativas por efeito de correntes coletivas globais, notadamente depois que ganhou mundo o esforço de conciliar a economia com a ecologia, afirmado na expressão "ecodesenvolvimento", proposta pelo economista polonês naturalizado francês Ignacy Sachs. Desde então, passou a prevalecer a solidariedade no sentido substancial de combate à exclusão, e, depois da primeira conferência mundial sobre meio ambiente realizada em 1972 na capital sueca, a cidade de Estocolmo, marco do importante Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) (tecle aqui), tornou-se irrefreável a corrente coletiva de associativismo civil democrático, efetivada em escala mundial nas chamadas organizações não governamentais (ONGs), focos da consciência de políticas públicas, indispensáveis ao modelo de Bem-estar com direitos humanos e sociais, reclamado pela maioria. ►O termo solidariedade a que se relacionam os sociólogos posicionados para além das fronteiras territoriais tornou-se bem preciso como atitude de estar junto com as populações mais prejudicadas com a globalização capitalista financeira. Neste quadro, quando se fala em solidariedade não faz sentido cogitar belos gestos vagos, sem vinculos funcionais, acionados por indivíduos supostamente isolados como na antiga imagem literária de milionários que fazem obras de caridade, ainda que esta prática bem ao estilo norteamericano deva ser incentivada. Antes disto, o termo solidariedade a que se relacionam os sociólogos posicionados para além das fronteiras territoriais tornou-se bem preciso como atitude de estar junto com as populações mais prejudicadas com a globalização capitalista financeira. Populações estas que enraizam o interesse geral posto em perspectiva no ambientalismo e na ação da ecologia política internacional. Tanto mais que é crescente a consciência coletiva da falácia de um paradigma alheio aos indicadores ecológicos como o é o PIB, somada à compreensão renovada de não ser possível sair da crise com um crescimento econômico semelhante ao notado depois dos anos noventa, dado o atual esgotamento dos recursos do planeta. ►A aspiração por mudança radical do modelo globalista vigente de produção e consumo, reconhecidamente predatório e excludente, clama por consolidar nosso direito. Sem dúvida, a seriedade da crise leva alguns notáveis ambientalistas históricos à impaciência diante das retóricas mais coloridas e dos protestos de setores menos contemplados das populações. Fazendo eco ao documento dos notáveis intitulado Rio Mais ou Menos 20? (tecle aqui para acessar o texto em PDF), o importante artigo do Estadão que lemos intitulado “X-tudo ambiental” (tecle aqui) elabora um ponto de vista desfavorável à Cúpula dos Povos que ora se organiza em paralelo à Rio+20. Assim toma-se por “deformação” o fato de que “negros, feministas, sem-terra, índios, gays, causas humanitárias variadas imiscuíram-se com o ambientalismo, resultando boa confusão, teórica e política”. A reprimenda se dirige notadamente à tentativa de “contestar o tema da economia verde, proposto originariamente pela ONU”, bem como ao argumento de que “esverdear os processos produtivos interessa apenas ao capitalismo”. Além disso, é preciso muito mau humor para ver como diz o citado artigo do Estadão um apelo à “Revolução” no recente manifesto intitulado “O que está em jogo na Rio+20” (tecle aqui), bastante representativo da Cúpula dos Povos. A aspiração por mudança radical do modelo globalista vigente de produção e consumo que é, reconhecidamente, um modelo predatório e excludente, de que trata o referido manifesto, clama por consolidar “nosso direito para nos desenvolvermos com modelos alternativos com base nas múltiplas realidades e vivências dos povos, genuinamente democráticas, respeitando os direitos humanos e coletivos, em harmonia com a natureza e com a justiça social e ambiental”. Quer dizer, se aspira à “construção coletiva de novos paradigmas baseados na soberania alimentar, na agroecologia e na economia solidária, na defesa da vida e dos bens comuns, na afirmação de todos os direitos ameaçados, o direito à terra e ao território, o direito à cidade, os direitos da natureza e das futuras gerações e a eliminação de toda forma de colonialismo e imperialismo”. Nada há nisto que indique um destempero. Pelo contrário. Como se sabe, os progressos alcançados desde 1992 foram modestos, o que não significa que nada tenha sido feito – apesar de os Estados Unidos não terem aderido ao Protocolo de Kyoto (que fixou metas para a redução das emissões de gases causadores do aquecimento da Terra e um calendário para cumpri-las, mas só entrou em vigor em 2005). Os países da União Europeia cumpriram razoavelmente bem os seus compromissos. Muitos municípios e até Estados de países federativos seguiram as recomendações da Agenda 21 e alguns adotaram metas para a redução de emissões, como o Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, e o de São Paulo, no Brasil. Avanço muito retardado e parco que parece recorrente no atual documento preparatório da ONU para a Rio+20, haja vista, para contrastar, a Conferência de Durban (COP 17 – 2011), que foi mais ambiciosa ao acertar que até 2020 deverá entrar em vigor um acordo internacional que substitua o Protocolo de Kyoto e fixe os compromissos mandatórios de todos os países de reduzir suas emissões de gases de efeito estufa – as emissões da China já superam as dos Estados Unidos. ►Há um inelutável caráter moral crítico nas expectativas em torno de um acontecimento de luta digna de reconhecimento, como o é a Rio+20, que deve preencher a liberdade de expressão. Em face desse minguado avanço dos ultimos vinte anos e a fim de que o histórico esforço das Nações Unidas tenha efetividade, o papel da sociedade civil é galvanizar a consciência crítica da Rio+20. Além disso, tendo em conta o documento preparatório da ONU (tecle aqui) que não prevê como deveria fazê-lo a adoção de protocolos e de prazos para cumpri-los por meio de instrumentos legais, há um inelutável caráter moral crítico nas expectativas em torno de um acontecimento de luta digna de reconhecimento como o é a Rio+20, e que deve preencher a liberdade de expressão. Tanto mais que se aspira a criar um indicador de desenvolvimento que leve em consideração, além do GDP (produto interno bruto, na sigla em inglês), os custos causados ao meio ambiente por um desenvolvimento predatório. Em hipótese alguma se poderia acusar como pretende o citado artigo do Estadão a “mistureba” pelo suposto fracasso antecipado que o mesmo alardeia. Pelo contrário, deveria louvá-la, haja vista a pluralidade de vistas que tal mistura aglutina e faz convergir para a autoridade da ONU e empoderamento da Rio+20, em vista de criar a necessária instância de governança global em materia de ambientalismo para além da mera burocracia. Senão, como poderá emplacar a tal “força coordenadora, decisória, que enquadre a sociedade global na agenda futurista” de que nos fala o citado artigo? Seja como for, para preservar o rumo do interesse geral, há que caminhar em solidariedade com os setores menos contemplados das populações e prejudicados pela globalização e o neoliberalismo. Em que pese a reprimenda do citado artigo do Estadão, não há como deixar de fora a exclusão humana e a “mistureba”. Com certeza, sociólogos sem fronteiras territoriais dentre os quais o autor destas linhas participarão da “mobilização global de 5 de junho (Dia Mundial do Ambiente); da mobilização do dia 18 de junho contra o G20 (que desta vez se concentrará no “crescimento verde”), bem como estarão na marcha da Cúpula dos Povos, no dia 20 junho, no Rio de Janeiro e no mundo, por justiça social e ambiental, contra a “economia verde”, a mercantilização da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns e dos direitos dos povos”. Rio de Janeiro, 18 de Maio de 2012 Jacob J. Lumier Autor de ensaios sociológicos com trabalhos divulgados Na Web da OEI.es e no MEC.br (Web Domínio Público). Membro de Sociólogos sin Fronteras Latinoamerica SSFL

Planejamento das Oficinas de Sociólogos sin Fronteras – SSFL

Planejamento das Oficinas de Sociólogos sin Fronteras – SSFL Publicado por Sociólogos sin Fronteras Latinoamerica SSFL em quarta-feira, 30 maio, 2012 Primeira Oficina (integrada na Plenária 1): Dia 16 de Junho 2012 – Sábado Local: Aterro do Flamengo Hora: Manhã Coordenador: Jacob J. Lumier (Autor de ensaios Sociológicos na OEI e no MEC) E-mail: j.lumier@gmail.com Segunda Oficina (tema livre): dia 19 de Junho 2012 tarde – Terça Local: Aterro do Flamengo Hora: Tarde Coordenador: Paulo Martins (Presidente de SSFL) E-mail: marpaulo@uol.com.br *** Dinâmica da Primeira Oficina de Sociólogos sin Fronteras Latinoamerica – SSFL 16 de Junho pela manhã no Aterro do Flamengo Coordenador: Jacob J. Lumier Linhas Gerais
A dinâmica da Cúpula é compreendida com base em 5 grandes Plenárias simultâneas(veja item 7 do link < http://cupuladospovos.org.br/2012/04/para-entender-a-dinamica-da-cupula-dos-povos/ >). Nossa Oficina é integrada à “Plenária 1: Direitos, por justiça social e ambiental”, em especial no item “Combate ao racismo, à desigualdade e à injustiça ambiental”. Teremos um eixo temático básico em nossa oficina a fim de passar uma mensagem ou relatório para a referida “Plenária 1”. Para isto, teremos prazo até o dia 18/6 a tarde (Na grade de programação < http://cupuladospovos.org.br/cupula-dos-povos/programacao/ > as Plenárias estão previstas para dia 17/6 manhã e tarde, e dia 18/6 tarde). Podemos deixar aberta a pauta das oficinas caso outras contribuições já elaboradas sejam apresentadas, mas o eixo básico será mantido e posto em debate pelos participantes. Tomaremos por base o texto abaixo referido sobre “Desigualdades sociais”, cujo ponto de partida está definido no Comunicado Oficial de SSFL. FONTE: http://rede.cupuladospovos.org.br/2012/05/planejamento-das-oficinas-de-ssfl/

quinta-feira, 24 de maio de 2012

FÓRUM PERMANENTE DE MEIO AMBIENTE DA ZONA OESTE 3.º ENCONTRO

Continua o debate sobre a Rio+20 e Cúpula dos Povos em toda a cidade. Os "povos" de todos os lugares e também da zona oeste do Rio de Janeiro, cidade anfitriã do evento, se mobilizam para discutir suas realidades sócio-ambientais e pensar soluções e alianças. Nesse sentido, o Fórum Permanente de Meio Ambiente da Zona Oeste faz seu 3º Encontro, sábado agora dia 26 de maio, onde estarei presente no debate de abertura pela manhã, ajudando a construir uma agenda socioambiental comum da Zona Oeste juntamente com organizações, grupos e ativistas de toda a região. O encontro é organizado pelo Fórum Permanente de Meio Ambiente da Zona Oeste e Instituto Socioambiental da Zona Oeste.Abaixo o convite e o site do Instituto. Instituto Socioambiental da Zona Oeste/RJ e o Fórum Permanente de Meio Ambiente 3º Encontro, convidam para o evento que será realizado no dia 26 de maio de 2012, das 08:00h às 12:00h no auditório do Colégio João Paulo I, Rua da Chita, nº 406 – Bangu. Inscrições gratuitas com certificação e carga horária de 05 horas. Das 08:00h às 09:00h – Inscrição, confirmação de inscrição e Café da manhã Das 09:00h às 12:00h – Apresentação e discussão sobre o tema: Momento em que estaremos discutindo a RIO+20, com foco crítico na situação socioambiental atual e na agenda 21 local. Expositor: Jorge Chaves – Dir. Pres. do Instituto Socioambiental da Zona Oeste rj Palestrantes: Sergio Ricardo – Gestor Ambiental e Ambientalista. Gilvolneick de Souza – Jornalista Ambientalista." “O presente que temos, não é o futuro que queremos...” http://www.amarbangu.org.br/