terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Carta dos Estudantes da UniverCidade em repúdio ao Grupo Galileo Educacional

A UniverCidade, ao longo de vários anos vem sofrendo problemas em sua estrutura acadêmica e administrativa. Problemas estes que se agravaram com a entrada do Grupo Galileo Educacional como mantenedor desta IES.

O Diretório Central dos Estudantes da UniverCidade, sendo a representação de todo o corpo discente da Instituição, em nome da comunidade acadêmica deixa claro toda a indignação, descontentamento e frustração com a UniverCidade e também com a sua mantenedora, Galileo Educacional.

Cumprimos com a nossa obrigação de pagar a mensalidade e de manter as unidades em perfeito estado. Porém, nunca tivemos o mesmo retorno. Pelo contrário, desde que a Galileo Educacional assumiu a mantença da nossa Instituição a situação piora a cada dia. É inadmissível para nós, como estudantes e como DCE, que a UniverCidade não disponha do básico dentro das unidades, como: giz, papel higiênico e sabão para lavar as mãos.

Nossas unidades estão enfrentando problemas como a péssima higiene das salas, aparelhos de apoio educacional antigos, bibliotecas em péssimo estado, elevadores em situação deplorável ou não funcionando, dentre outros problemas que não precisariam ser cobrados, visto que é de obrigação da Instituição fornecer.

Tão inadmissível quanto a ausência de uma infraestrutura adequada a um Centro Universitário é a falta de pagamento e atrasos salariais dos docentes, bem como o descumprimento dos direitos trabalhistas dos tais. O pagamento da nossa mensalidade é feito mensalmente por todos os alunos e diante disso exigimos que a Instituição, na forma de CONTRATADA, preste adequadamente todos os serviços e cumpra com o seu papel de Universidade para com seus CONTRATANTES. Entendemos que o pagamento em dia é um direito do trabalhador, da mesma forma que os problemas financeiros e judiciais da Instituição não devem de forma alguma causar prejuízos aos alunos.

Seguem os principais problemas enumerados abaixo por ordem cronológica:

- A entrada do Grupo Galileo, em 2011 não foi comunicada oficialmente ao corpo discente, bem como o mesmo nunca conheceu seus representantes;

- Inexistência de fóruns deliberativos com participação da comunidade acadêmica que debatam as mudanças acadêmicas e estruturais da UniverCidade. A exemplo: Conselho Superior e Colegiado de Cursos;

- Ao final de 2011 houve uma demissão em massa de professores e funcionários;

- Com a entrada de tal Grupo gestor, houve o aumento abusivo das mensalidades, com a justificativa de melhorias na estrutura da UniverCidade, melhorias estas que nunca nos foram apresentadas;

- Atrasos e falta de pagamento de salários e benefícios de professores e funcionários, o que resultou em uma greve de 47 dias no primeiro semestre de 2012, por parte dos docentes e paralisação por parte dos funcionários;

- Omissão por parte do Grupo Galileo sobre a greve (o mesmo orientava através do Call Center que os alunos fossem à faculdade, pois as aulas não haviam sido paradas), o que fez com que vários alunos perdessem o dia e tivessem gastos desnecessários com passagens;

- O Grupo Galileo apenas recebeu a representação discente e docente após uma manifestação e um abaixo-assinado feitos pelos estudantes, porém ainda assim não esclareceu e não resolveu nenhuma das questões em pauta, omitindo várias informações aos alunos;

-Inclusão de um “Termo Aditivo de Contrato”, termo este com cláusulas absurdas, e faz com que o aluno concorde com ele no ato do pagamento de sua mensalidade;

- Após a greve, as aulas não foram respostas conforme a lei. O Grupo Galileo ainda resolveu encurtar em uma semana o período letivo já apertado por conta da greve, fazendo com que os professores não tivessem tempo hábil de lecionar as matérias e aplicar as provas. Alguns alunos fizeram provas sem ter aprendido a matéria, outros obtiveram notas na média ou máxima sem sequer fazer a segunda avaliação;

- Agravamento dos problemas estruturais por falta de investimento nos materiais básicos de higiene e limpeza: Falta de papel higiênico nos banheiros de todas as unidades, falta de limpeza nas salas e banheiros, falta de papel e tinta para as impressoras das unidades (os alunos utilizavam folhas de seus cadernos para fazer as provas);

- Laboratórios de informática em condições ruins, muitas vezes o acesso à internet é precário e os horários de utilização são muito curtos;

- Fechamento de unidades e cursos, sem aviso aos alunos (que foram retirados em meio às provas de dentro da Unidade Metrô Carioca);

- Transferências compulsórias de Campi e/ou universidades, sem a opção de escolha e aviso prévio dos alunos;

- Mudança de Diretores, reitores e coordenadores sem comunicados oficiais ao corpo discente, fazendo com que muitos destes alunos transferidos não saibam a quem recorrer para resolver as questões de grade e afins;

- Desorganização da grade curricular de todos os alunos;

- Adiamento do início do período letivo 2013.1, sem nenhum esclarecimento de sua causa;

- Falta de comunicação e clareza sobre todos os fatos supracitados;

O Diretório Central dos Estudantes cobra uma explicação ao corpo discente, aqui representado pelo DCE, sobre as mudanças que ocorreram ao longo de 2012 e sobre as possíveis mudanças em 2013. A nossa exigência é que seja dada uma explicação TRANSPARENTE, no mínimo, pois é o que merecemos.

Esta carta está sendo encaminhada ao MEC, Ministério Público, Grupo Galileo Educacional, à CPI das UniverCidades Privadas e à Imprensa.

Solicitamos aos órgãos competentes a fiscalização das irregularidades supracitadas, bem como a aplicação de medidas cabíveis que responsabilizem o Grupo Galileo Educacional.

Cobramos do mesmo um canal de comunicação com os representantes do corpo discente, aqui representados pelo Diretório Central dos Estudantes da UniverCidade e a solução para os problemas acima.

Atenciosamente,

Letícia Souza Santos Cardoso Portugal – Presidente
Vanessa Silva de Sousa – Vice Presidente

Diretório Central dos Estudantes do Centro Universitário da Cidade -UniverCidade